XX Semana Brasileira do Aparelho Digestivo

Dados do Trabalho


Título

FATORES DE RISCO PARA ESTENOSE E SÍNDROME DE COAGULAÇÃO APÓS RESSECÇÃO SUBMUCOSA ENDOSCÓPICA COLORRETAL: REVISÃO SISTEMÁTICA E META ANÁLISE.

Introdução

A técnica da dissecção endoscópica submucosa foi inicialmente desenvolvida no Japão e tem ganhado espaço no mundo ocidental. No entanto, ainda representa um desafio para os endoscopistas, já que requer uma curva de aprendizado maior em relação as outras técnicas de ressecção endoscópica, bem como maior tempo de procedimento e maior risco de eventos adversos. No Brasil existem poucos endoscopistas habilitados e nenhum centro de treinamento estruturado para ESD.
Os principais eventos adversos desse tratamento são: sangramento; perfuração; estenose e a síndrome de eletrocoagulação pós-polipectomia (PPES).
A PPES é resultado de lesão térmica induzida por eletrocoagulação, ocasionando uma queimadura transmural, levando a inflamação da serosa e consequente peritonite localizada, sem evidência de perfuração. Essa afecção inicia-se em média 6h após a terapêutica endoscópica e é caracterizada por dor abdominal, febre, leucocitose. É um importante diagnóstico diferencial da perfuração tardia, que, ao contrário da PPES, necessita de tratamento cirúrgico.
A estenose pós ESD é definida como estreitamento intransponível ao aparelho. As taxas de incidência de estenose pós-ESD colorretal são mais baixas quando comparadas às ressecções no esôfago e estômago.
Os eventos adversos desse procedimento são frequentemente abordados em artigos, porém há poucos estudos que focam nos fatores de risco para sua ocorrência.

Objetivo

Este trabalho tem como objetivo avaliar a taxa global de PPES e estenose colorretal após ESD, assim como os seus principais fatores de risco, através de uma revisão sistemática.

Método

Revisão sistemática com busca nos principais bancos de dados (Medline, EMBASE, Web of Science e Cochrane), publicados até agosto de 2021. Com o intuído de encontrar estudos que abordassem fatores de risco para estenose e PPES em pacientes submetidos a ESD colorretal.

Resultados

Obtivemos como fator de risco para PPES o sexo feminino, lesões maiores, procedimento prolongado, localização em ceco e o reto como fator protetor. A ressecção circunferencial > 90% aumenta a chance de desenvolver estenose.

Conclusões

A incidência de PPES e estenose após ESD colorretal é baixa e tem poucos artigos na literatura que avaliam os fatores de risco e não são padronizados. Nesta meta-análise podemos notar que gênero feminino, lesões maiores, procedimento prolongado, localização em ceco contribuem para maior probabilidade de desenvolver PPES e a ressecção circunferencial >90% do órgão aumenta o risco de desenvolver estenose.

Palavras-Chave

Ressecção endoscopia submucosa; Colorretal; Estenose; síndrome de eletrocoagulação pós polipectomia.

Área

TCC – Centro de Treinamento - Miscelânea

Autores

JULIANA FERNANDES MELO HELENO, JULIANA BOMFIM SANTOS, Danielle Maia Minini, ADRIANA COSTA GENZINI