XX Semana Brasileira do Aparelho Digestivo

Dados do Trabalho


Título

CUIDADO ENDOSCÓPICO NO BRASIL. UMA CORRELAÇÃO ENTRE O ACESSO A ENDOSCOPIA DIGESTIVA, INDICE DE DESENVOLVIMENTO HUMANO, E MORTALIDADE NOS ÚLTIMOS 10 ANOS NO SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE (SUS)

Introdução

INTRODUÇÃO: O acesso a exames endoscópicos traz a possibilidade de diagnostico precoce, terapêutica e propicia a implementação de estratégias custo-efetivas no manejo de diferentes doenças do trato digestório. Autores têm demonstrado o efeito protetor da endoscopia digestiva na redução da incidência e mortalidade por câncer digestivo e por doenças benignas.

Objetivo

OBJETIVO: Analisar a tendência temporal de realização de exames endoscópicos nos últimos 10 anos, no escopo do SUS, e correlacionar com mortalidade e com Índice de desenvolvimento humano (IDH).

Método

MÉTODO: Dados de realização de exames endoscópicos e taxa de mortalidade foram obtidos a partir de informações disponibilizadas no DATASUS. Dados demográficos e IDH foram obtidos do IBGE. Um banco de dados foi criado e as frequências, associações e análise de tendência temporal por regressão logística foram realizadas com os programas Excel e JoinPoint v4.8.0.1. A taxa de realização mensal de exames por 100 000 habitantes foi calculada. Valor de p < 0.05 foi considerado estatisticamente significativo.

Resultados

RESULTADOS: Observou-se uma elevação numérica na realização de colonoscopias com variação percentual anual (APC) 8.29 (IC 95% 7.3-9.3, p < 0,0001), de CPRE 5.9 (IC95% 0.3-11.81, p 0.04), estabilidade na realização de Endoscopias Digestivas Altas -1.3 (IC 95% -3.2 a 0.6, p 0.1) e queda na realização de procedimentos de hemostasia -6.05 (IC 95% -8.0 a -4.1, p < 0.001). A taxa média de realização mensal de EDA no Brasil foi de 41 exames / 100 000 hab. A análise de tendência temporal por regressão logística das taxas de mortalidade mostrou elevação significativa da mortalidade por doença ulcerosa péptica 2,33 (IC 95% 1.0-3.6, p 0.003), por neoplasia colorretal 3,74 (IC 95% 3.4 – 4.0, p< 0.001), neoplasia de vias biliares 3,46 (IC 95% 2.7 a 4.3, p< 0.001) e neoplasia esofágica 0.63 (IC 95% 0.4 – 0.9, p< 0.001) e estabilidade para neoplasia gástrica. O IDH associou-se com as taxas de realização de exames endoscópicos.

Conclusões

CONCLUSÃO: Nos últimos 10 anos, foi observada queda da realização de hemostasias endoscópicas, e um aumento na realização de colonoscopias de CPRE. A taxa de realização mensal de exames endoscópicos é baixa no Brasil, refletindo dificuldades no acesso no âmbito do SUS. A mortalidade por doença ulcerosa péptica, neoplasia colorretal, de vias biliares e esofágica. Houve associação entre o IDH e o acesso a endoscopia digestiva no Brasil.

Palavras-Chave

Endoscopia digestiva, Mortalidade, Acesso a endoscopia

Área

TCC – Centro de Treinamento - Miscelânea

Autores

Francelly Alves Nascimento, Sandro Batista Andrade Junior, Fanny Gonçalves Morais Leite, Americo Oliveira Silverio, Marcos Macedo Martins Neto, Maira Costa Cabral, Daniela Medeiros Milhomem Cardoso