XX Semana Brasileira do Aparelho Digestivo

Dados do Trabalho


Título

A Eficácia clínica da dissecção endoscópica da submucosa no tratamento do câncer esofágico precoce: análise de nossa experiência inicial

Introdução

A dissecção endoscópica de submucosa(ESD) tem se apresentado como tratamento de primeira linha para os casos de câncer de esôfago precoce(CEP), tanto em carcinomas espinocelulares(CEC) superficiais com taxas de ressecção completa de 78-100% e taxa de recorrência baixa(0-2,6%), quanto para o adenocarcinoma superficial, incluindo o adenocarcinoma de Barrett.A ressecção em bloco propiciada pela ESD permite a erradicação com sucesso das lesões confinadas à mucosa e não sendo possível o tratamento curativo, propicia uma análise histopatológica mais precisa para nortear o seguimento oncológico

Objetivo

Avaliar o valor clínico da ESD no tratamento CEP

Método

Analisamos retrospectivamente 9 pacientes submetidos a ESD para o tratamento de CEP no período de fevereiro/18 a novembro/20.Todos os procedimentos foram realizados após estudo da lesão com cromoscopia + magnificação e biópsias.Foi utilizada anestesia geral, insuflação com CO2 e antibioticoterapia profilática.Os materiais utilizados incluem cap(Olympus), faca tipo “flush” com bola(Europa medical), cateter de esclerose para injeção de voluven na submucosa e pinça de hot biopsy para hemostasia.Clipes metálicos também foram utilizados quando necessários.A eficácia clínica e segurança da ESD no tratamento do câncer esofágico inicial foram avaliadas através da análise da taxa de sucesso do procedimento, histopatológico do pós-operatório, complicações e dados de acompanhamento de pacientes que realizaram ESD

Resultados

Nove pacientes, idade média 69,7 anos, 5 masculinos, foram submetidos a ESD,todas concluídas com sucesso e através de ressecção em monobloco. Três lesões localizavam-se em esôfago médio e 6 em esôfago distal, com tamanho médio de 22,3mm(9mm a 49mm).Houve 1 caso de sangramento 48h pós ESD,tratado endoscopicamente com sucesso.Um paciente evoluiu com estenose segmentar 30 dias após ESD e vem sendo tratado satisfatoriamente através de sessões de dilatação a cada 45 dias.O estudo histopatológico demonstrou 7 casos de adenocarcinoma e 2 casos de CEC, um dos casos de adenocarcinoma distal evidenciou invasão linfovascular, e segue em tratamento complementar com equipe de oncologia.Não houve mortalidade relacionada ao procedimento e todos estão em seguimento oncológico, com tempo médio de acompanhamento de 17,2 meses (7-27 meses), sem recorrência até o momento

Conclusões

A ESD tem se mostrado segura e confiável para o tratamento do câncer de esôfago precoce e, similar à literatura, suas taxas de recorrência e complicações foram baixas em nosso estudo

Palavras-Chave

Ressecção endoscópica da submucosa; ESD; câncer de esôfago;

Área

TCC – Centro de Treinamento - Endoscopia digestiva alta

Autores

Maria Carolinne Brito Sá Magalhães, Eduardo Koji Marchi Ogawa, Wagner Kenro Takahashi, Juliana Bomfim Santos, André Sillva Battagin, Adriana Costa Genzini