XX Semana Brasileira do Aparelho Digestivo

Dados do Trabalho


Título

Análise dos fatores preditivos de eventos adversos após a inserção de prótese metálica auto-expansivel no câncer de esôfago

Introdução

Introdução: O câncer de esôfago é geralmente diagnosticado em estádios avançados quando o tratamento paliativo é a única alternativa. A inserção de prótese metálica auto-expansível (SEMS) é uma das principais opções terapêuticas, porém não isenta de complicações.

Objetivo

Objetivos: Estimar os riscos e avaliar os fatores preditivos de complicações após o uso da SEMS no câncer de esôfago.

Método

Métodos: Estudo observacional, transversal, retrospectivo incluindo pacientes com câncer de esôfago encaminhados para o tratamento com inserção de SEMS. Desfecho primário: Ocorrência de complicações. Desfechos secundários: sucesso técnico, clínico, sobrevida global e sobrevida livre de complicação. Foram coletados dados demográficos, características da neoplasia, tratamento da doença de base, características da SEMS e de seguimento. Foi utilizado o teste de qui-quadrado ou Exato de Fisher seguido da Regressão Logística Múltipla para as variáveis que obtiverem p-valor menor que 0,2 nos testes simples.

Resultados

Resultados: Entre Novembro de 2011 a Dezembro de 2020 foram incluídos 135 pacientes, que foram submetidas a inserção de prótese no esôfago, sendo 84,4% do sexo masculino com média de idade 61,30 anos. Em relação ao estadiamento, predominou o estádio IV (85,2%) e, em 81,5%, a doença era obstrutiva ao endoscópio. Relato de disfagia antes da SEMS foi descrito em 134 (99,3%) pacientes, sendo 61,5% para líquido. O local da neoplasia de maior incidência foi no terço médio (45,2%) seguido do terço proximal (20,7%). A radioterapia foi utilizada em 68,1% e a quimioterapia em 60,7% para tratar a neoplasia. As principais indicações da SEMS foram fístula esôfago-respiratória (32,6%) e doença residual pós-tratamento (40,0%). As taxas de sucesso técnico foi 93,3% e a melhora da disfagia foi obtida em 77,8% dos pacientes. A mediana de sobrevida foi de 74 (79-110) dias. Cinquenta e cinco pacientes (40,14%) evoluíram com pelo menos 1 complicação incluindo, dor torácica (29,1%), “overgrowth” (27,3%) migração (10,9%), fístulas pós inserção de prótese de esôfago (12,72%). A taxa sobrevida livre de complicações estimada em 2 meses foi de 58,2%. Houve associação entre a ocorrência das complicações e o uso de quimioterapia (OR= 4,05, IC= 95%,1,8- 9,11,p<0,001).

Conclusões

Conclusão: A inserção de SEMS no tratamento paliativo para o câncer de esôfago não é isenta de complicações. Os resultados mostrados aqui corroboram dados prévios da literatura associando a quimioterapia à ocorrência das complicações.

Palavras-Chave

Câncer de esôfago, prótese metálica auto-expansível (SEMS) , disfagia, fístula esôfago- respiratória

Área

TCC – Centro de Treinamento - Endoscopia digestiva alta

Autores

Beatriz Teodoro Rangel, Tiago Franco Vilela Filho, Gilberto Fava, Kelly Giardina Giardina, Leonardo Nogueira Taveira, Paula Fortucci Resende Botelho, Brunno Jose Coutinho da Silva, Stefano Baraldo Paraboli Silva, Valiana Alves Teodoro , Denise Peixoto Guimarães