XX Semana Brasileira do Aparelho Digestivo

Dados do Trabalho


Título

CURATIVO ENDOSCÓPICO À VÁCUO PARA TRATAMENTO DE FÍSTULA GASTROENTEROANASTOMÓTICA PÓS-RECONSTRUÇÃO DE GASTROPLASTIA EM Y DE ROUX: RELATO DE CASO

Apresentação do Caso

Mulher, caucasiana, 57 anos, com antecedente de cirurgia bariátrica do tipo Bypass Gástrica em Y de Roux (BGYR) há 20 anos, com relato de vômitos esporádicos com restos alimentares há 10 anos e piora progressiva nos últimos 3 meses. Foi submetida a Endoscopia Digestiva Alta (EDA), que evidenciou área de constrição da luz estomacal, sugestiva de anel de contenção. Optado pela reoperação com retirada de anel, reconfecção de gastroplastia e reconstrução da esofagogastroanastomose. Recebeu alta no segundo pós-operatório. No 10° pós-operatório retorna ao serviço com queixa de vômitos incoercíveis e saída de dieta pelo orifício do dreno locado na cirurgia. Foi realizado EDA evidenciando fístula de 7mm em anastomose gastrojejunal. Confeccionado endoscopicamente curativo à vácuo contínuo endoluminal com Sonda Nasogástrica (SNG) 16 e IOBAN, com pressão negativa entre 125-200 mmHg. No 20° PO, foi evidenciada fístula cicatrizada à EDA e ausência de extravasamento aparente pelo pertuito do dreno ao teste do azul de metileno. Paciente evoluiu sem queixas, estável clínica e hemodinamicamente. Realizado Tomografia Computadorizada de abdome, que confirmou ausência de extravasamento de contraste pela anastomose ou de coleções intra-abdominais. Paciente em acompanhamento ambulatorial sem intercorrências.

Discussão

Inicialmente, terapias endoscópicas para o manejo de fístula gástrica envolviam clipes, stents e cola de fibrina. Devido ao alto custo desses materiais, novas opções foram desenvolvidas com boa taxa de sucesso, como a Terapia Endoscopica à Vácuo (TEV). Em regra, por meio de uma esponja de poliuretano colocada endoscopicamente no defeito, é feita aplicação de vácuo externo entre 100 e 125 mmHg, com necessidade de troca a cada 3 a 5 dias. A técnica utilizada neste relato, por sua vez, é feita a partir de dispositivo composto por SNG 16 ou 18 envolta por gaze fixada com fio de algodão não agulhado, coberta por IOBAN iodado, no qual são realizados pequenos orifícios, igualmente alocada endoscopicamente no defeito e com aplicação de vácuo externo entre 100 e 125 mmHg, com a vantagem de troca menos frequente (a cada 7 dias).

Comentários finais

Observamos através desse relato a possibilidade de um tratamento efetivo e seguro para fístulas de anastomose. Este, por sua vez, utilizando um dispositivo com menor custo de confecção e necessidade de trocas menos frequentes, de tal forma, possibilitando a disseminação e a maior aplicabilidade do método.

Palavras-Chave

Tratamento de Ferimentos com Pressão Negativa; Fístula gástrica; Endoscopia Gastrointestinal; Bypass Gástrico.

Área

Endoscopia - Endoscopia digestiva alta

Autores

Andreia Yumi Jouti Motomura, Manuela Pereira Blanco, Maria Eugenia Mendes de Almeida Mourad, Laura Silveira Tanisaka, Luiza Franco de Moraes Jorge Racy, Fernanda Cavalcanti Cabral Honorio, João Emilio Lemos Pinheiro Filho