Dados do Trabalho
Título
Atingir uma hemoglobina mínima de sete na hemorragia digestiva alta aguda para segurança do paciente na endoscopia digestiva
Introdução
A hemorragia digestiva alta (HDA) aguda é uma condição comum, com morbimortalidade significativa, especialmente no idoso e nos pacientes com comorbidades. As causas mais comuns são não varicosas, como úlceras pépticas. O manejo requer uma abordagem em etapas, envolvendo fatores clínicos, como hospitalização, transfusão sanguínea e medicamentos, e fatores endoscópicos.
Objetivo
Colaborar com a educação de profissionais de saúde acerca da necessidade de nível mínimo de hemoglobina para segurança do paciente em vigência de HDA para realização de procedimento endoscópico.
Método
Orientações de serviço de endoscopia de hospital terciário baseadas em protocolos internacionais e pesquisa direcionada para últimas publicações sobre valor mínimo de hemoglobina em HDA.
Resultados
No sangramento agudo, a evolução para choque hemorrágico pode levar à falência de múltiplos órgãos e morte. Os valores de hemoglobina podem inicialmente permanecer inalterados devido ao tempo de equilíbrio do plasma, devendo ser monitorizados de forma sequencial. Diversos protocolos consideram um nível de hemoglobina mínima entre 7 - 8 g/dL e incentivam o profissional a considerar outros fatores para início de hemotransfusão, como distúrbios cardiovasculares, idade, estado hemodinâmico e presença de sangramento contínuo exsanguíneo; adotando uma estratégia transfusional restritiva. A transfusão não deve ser ditada apenas pelo nível atual de hemoglobina, mas deve levar em consideração a queda prevista e o estado clínico. Transfusões excessivas devem ser evitadas; em contrapartida, a ausência de transfusão, quando indicada, traz riscos para o paciente depletado, que pode continuar sangrando durante o procedimento endoscópico, aumentando o risco de não ser capaz de suprir a perfusão e a oxigenação dos tecidos, enquanto as medidas terapêuticas são tomadas. A hemoglobina mínima de 7 g/dL ajuda a garantir um delta de resgate, aumentando as chances do paciente na situação de manutenção do sangramento. Ainda, reduz os riscos dos efeitos adversos da sedação, como depressão respiratória, diminuindo a chance de intubação, em alguns casos.
Conclusão
A abordagem adequada da HDA aguda é claramente sensível aos recursos organizacionais, profissionais e tecnológicos, que podem representar uma barreira para o manejo. De acordo com os protocolos atuais, manter a hemoglobina mínima de 7 g/dL parece ser uma medida eficaz para reduzir complicações no tratamento endoscópico. A disseminação desse conhecimento é fundamental para melhoria dos resultados.
Palavras-Chave
Hemorragia digestiva alta; hemoglobina; transfusão sanguínea
Área
Endoscopia - Endoscopia digestiva alta
Autores
Lalluna Gabriele Pinheiro Brandão, Thiago Guimarães Vilaça, Julyanne Luize de Lima Rios Castro, Marcos Paulo Gomes de Mattos, Gustavo Jose Carneiro Leão Filho