XX Semana Brasileira do Aparelho Digestivo

Dados do Trabalho


Título

ESD de lesão gastroduodenal em retrovisão no bulbo.

Resumo

Introdução: o presente vídeo trata-se de uma Dissecção Endoscópica da Submucosa (ESD) de lesão gastroduodenal realizada em retrovisão no bulbo duodenal. Histórico: paciente 85 anos com queixa de dor epigástrica intermitente há dois anos, iniciada em janeiro de 2020. Realizou endoscopias digestivas altas (EDAs) ainda no ano de 2020, sendo tratada e retrata para H. pylori, ainda sem relato de lesão à época. Com persistência dos sintomas, realizou nova EDA em março de 2021. Nessa endoscopia, entre outros achados, evidenciou-se uma área elevada irregular em antro com diagnóstico histológico de adenoma tubular com displasia de baixo grau. Foi direcionada ao Serviço de Endoscopia do Hospital Universitário Walter Cantídeo, da Universidade Federal do Ceará, para avaliação de possibilidade de ressecção endoscópica. Após endoscopia digestiva alta (EDA) com cromoscopia que evidenciou tratar-se de lesão gástrica superficial, sem sinais de invasão submucosa, foi indicado o ESD. Procedimento: havia dúvida sobre o acometimento transplilórico, bem como do bulbo duodenal. Optamos por iniciar a avaliação da ressecabilidade através da retrovisão em bulbo. A lesão, de fato, se estendida para além dos limites do piloro, adentrando pela face inferior do bulbo; multilobulada, ocupando cerca de 25% da circunferência do bulbo. Procedida a cromoscopia e tática da dissecção, esta foi iniciada pelo bulbo. Após o tempo de dissecção bulbar foi iniciada a dissecção de submucosa do antro, em visão frontal. A lesão se estendia por cerca de 75% da circunferência do antro. Obtivemos uma ressecção em bloco, em fragmento único. Resultados: o anatomopatológico da peça cirúrgica demonstrou critérios curativos: adenoma tubular com focos de displasia de alto grau, margens livres, ausência de neoplasia invasiva, bem como de invasão angiolinfática. Evolução: paciente retornou após dois meses para EDA de reavaliação. Nesta, nota-se úlcera gástrica ativa residual. Piloro pérvio, sem sinais de estenose. Paciente evolui clinicamente bem, com boa aceitação da dieta e sem queixas álgicas.

Área

Endoscopia - Endoscopia digestiva alta

Autores

Leonardo Marinho, Fred Olavo Aragão Andrade Carneiro, Miguel Ângelo Nobre e Souza, Marcellus Henrique Loiola Ponte de Souza, Tarciso Daniel Santos Rocha