Dados do Trabalho

Título

TRATAMENTO ENDOSCÓPICO - NECROSE DA PAREDE ESOFÁGICA ANTERIOR EM SUA PORÇÃO MEDIASTINAL APÓS FUNDOPLICATURA.

Resumo

Relato de caso: paciente do sexo feminino, de 77 anos, evolui no quarto dia pós operatório de fundoplicatura sem hiatoplastia, com queda do estado geral e dor torácica subesternal. Tomografia de tórax evidenciando volumoso pneumomediastino e endoscopia digestiva com necrose de toda a parede esofágica anterior em sua porção mediastinal. Optado por interposição de prótese parcialmente recoberta de 12cm, que foi removida após 4 semanas, com auxílio de plasma de argônio na necrose tecidual da mucosa aderida (fluxo de 1,5 litros com potência de 50 WATTS), retirada pela copa inferior, evertendo a prótese sem intercorrências. Logo após, foi observado pequeno escape de contraste para o tórax e optado por tratamento complementar com vácuo, utilizado sonda nasoentérica triplo lúmen para alimentação enteral, com vácuo ligado na porção gástrica, com pressão de 120mmHg, fluxo contínuo e moderada intensidade (sistema trocado cinco vezes, com intervalo de aproximadamente entre cada um deles). Após o tratamento com vácuo, não houve novo extravasamento de contraste, paciente seguiu de alta hospitalar, com dieta líquida-pastosa, sem novas intercorrências. Discussão: a primeira descrição da fundoplicatura, foi feita por Rudolph Nissen em 1956, desde então, esse procedimento sofreu variações e modificações, que aperfeiçoaram a sua técnica, tornando-se umas das principais cirurgias do aparelho digestivo. Somente 4,1% desses pacientes sofrem com complicações agudas, sendo as mais comuns: infecções (1,1%), hemorragia (0,9%) e perfuração esofágica (0,9%). Conclusão: no passado, o tratamento das perfurações do trato gastrointestinal após complicações operatórias, eram praticamente todas tratadas com cirurgias, no entanto, cada vez mais, técnicas endoscópicas menos invasivas estão se desenvolvendo, como a interposição de próteses e a terapia de vácuo endoluminal, está última em uma fase mais inicial de desenvolvimento, porém com resultados iniciais promissores

Palavras-Chave

ENDOSCOPIA; NECROSE ESOFÁGICA; TERAPIA A VÁCUO