Dados do Trabalho

Título

AVALIAÇÃO DE MORTALIDADE E SOBREVIDA NO TUMOR GÁSTRICO PERFURADO

Introdução

O câncer gástrico (CaG) é a quinta neoplasia maligna mais comum no mundo e a terceira em número de óbitos. Menos de 1% dos casos de abdome agudo perfurativo são provocados por câncer gástrico. Embora incomum, a perfuração é evento grave, com alta taxa de mortalidade (até 50%).

Objetivo

O objetivo deste trabalho é avaliar dados sobre o manejo, complicações e sobrevida de pacientes com tumor gástrico perfurado.

Método

Estudo retrospectivo em centro de referência em oncologia na cidade de São Paulo. Foram incluídos pacientes operados por perfuração gástrica por câncer entre 2009 e 2021. Foram excluídos pacientes com perfuração péptica ou sem confirmação histopatológica de neoplasia.

Resultados

Foram avaliados 39 pacientes submetidos a cirurgia de urgência, a maioria do sexo Masculino (61,5%), com idade média de 64 anos. Seis pacientes (15,4%) apresentavam doença metastática. Análise histopatológica demonstrou 35 adenocarcinomas, 3 linfomas e 1 GIST. A maioria das cirurgias foram paliativas (74,3%), sendo 12 rafias (30,8%), e apenas 6 procedimentos (15,4%) considerados curativos com dissecção D2 (técnica padrão). A mortalidade perioperatória foi de 56,4%. A sobrevida média foi de 5,8 meses. A sutura da perfuração com epiplonplastia seguida de gastrectomia em um segundo momento tem menor morbidade e ainda se associa com maior taxa de ressecção R0 e maior sobrevida. Observamos que a rafia foi aplicada em praticamente um terço da casuística, e que a gastrectomia curativa em tempo único foi menos utilizada.

Conclusão

Os achados deste trabalho confirmam que a perfuração de tumores gástricos possui alta mortalidade perioperatória e se associa com sobrevida pobre. A abordagem em dois tempos foi superior à gastrectomia na urgência, sendo portanto a conduta aconselhável.

Palavras-Chave

câncer gástrico, perfuração gástrica