XX Semana Brasileira do Aparelho Digestivo

Dados do Trabalho


Título

Avaliação de fatores associados à recorrência de obstrução das próteses plásticas nos pacientes com neoplasia maligna de via biliar

Introdução

A passagem de próteses plásticas via colangiopancreatografia retrógrada endoscópica (CPRE) é neste momento a conduta mais aplicada na icterícia obstrutiva maligna graças à sua maior disponibilidade e menor custo. Entretanto, sua oclusão pode ocorrer com elevação da morbimortalidade.

Objetivo

Avaliar os fatores preditivos de reobstrução das próteses plásticas e incidência de colangite nos pacientes com estenoses malignas das vias biliares.

Método

Estudo retrospectivo de pacientes com estenoses malignas da via biliar submetidos à CPRE com inserção de prótese plástica e que realizaram pelo menos uma segunda CPRE para troca da prótese. Desfecho primário: ocorrência de obstrução da prótese; Secundário: diagnóstico de colangite conforme a classificação de Tokyo. Definições: i) obstrução: aumento de bilirrubina total (BT); ii) obstrução precoce: < 3 meses. Associação entre as características demográficas-endoscópicas, obstrução precoce e colangite.

Resultados

Entre out/2016 e jun/2021 foram incluídos 68 pacientes, 57.4% homens com idade média de 61,45 anos (29-84), sendo neoplasia maligna de pâncreas a principal causa da estenose (41,1%). Na CPRE index, 88,4% apresentavam colangite confirmada. 30 pacientes foram submetidos a duas CPRES para a troca, com intervalo médio entre a 1ª e 2ª CPREs de 76,5 dias (8-176), e entre a 2ª e 3ª CPREs de 79,6 dias (11-149). Na primeira e segunda CPREs de troca a obstrução precoce ocorreu em 57,4% e 56,7%, respectivamente e colangite em 79,4% e 73,3 %, respectivamente. Em 89,7% dos pacientes a obstrução precoce esteve associada com colangite comparado com 72,4% daqueles onde a troca foi não-precoce (p=0,064) na primeira CPRE. Em 43,6% dos pacientes com obstrução precoce na primeira troca, a bilirrubina atingiu 2mg/dl antes da CPRE, comparado com 89,7% daqueles onde a troca foi não-precoce (p<0,001). Houve uma associação significativa entre a dilatação com Soehendra da estenose e a obstrução não-precoce (p=0,031). Houve uma associação estatisticamente significativa entre a ocorrência de obstrução na primeira CPRE e também na segunda troca.

Conclusões

O tempo de patência das próteses plásticas biliares foi de cerca de 2,5 meses, semelhantes entre a primeira e a segunda troca. Os pacientes com indicação de troca precoce após 1ª CPRE também apresentaram uma tendência a nova reabordagem em período <3 meses após 2ª CPRE. A dilatação com Soehendra e a normalização da bilirrubina antes da troca das próteses parecem estar associados à obstrução não precoce.

Palavras-Chave

CPRE - Prótese plástica - Colangite - Estenose maligna

Área

TCC – Centro de Treinamento - Colangiopancreatografia endoscópica retrógrada

Autores

flavio verdiani filho, stefano baraldo paraboli silva, kelly menezio giardina oliveira, leonardo nogueira taveira, paula fortucci resende botelho, brunno jose coutinho silva, paulo levi pereira oliveira, denise peixoto guimaraes, gilberto fava, valiana alves teodoro