Dados do Trabalho
Título
Avaliação diagnóstica da Doença Hepática Ocupacional e Ambiental (DHOA)
Introdução
DHOA é um conceito que envolve lesão hepática relacionada à exposição ocupacional e ambiental, em que não há características clínico-histológicas que sejam patognomônicas. Além disso, a hepatotoxicidade pode ser desencadeada pelo uso de um amplo espectro de substâncias, tais como fármacos, suplementos dietéticos e produtos químicos que promovem dano ambiental, incluindo os agrotóxicos.
Objetivo
Avaliar fatores determinantes para a hepatotoxicidade e para o estabelecimento do diagnóstico de DHOA.
Método
Estudo de revisão narrativa da literatura com busca de artigos nas bases eletrônicas LILACS, PubMed e MEDLINE sobre fatores relacionados à hepatotoxicidade e ao diagnóstico na DHOA.
Resultados
O diagnóstico dependerá da suspeita clínica. Após revisão da literatura, identificamos os seguintes fatores de risco para o estabelecimento da DHOA: idade, sexo, etnia, consumo de álcool e drogas, doenças hepáticas prévias, comorbidades e propriedades farmacológicas. Além disso, para estabelecer o nexo causal é fundamental a revisão da exposição ocupacional a produtos químicos hepatotóxicos, a exclusão de outras causas associadas à história ocupacional completa junto à anamnese detalhada. Para o estabelecimento do diagnóstico é necessário: avaliação clínico-epidemiológica de casos semelhantes, revisão completa dos agentes ambientais direta ou indiretamente manipulados, avaliação da introdução de novos agentes e/ou de alterações no processo produtivo, revisão da quantidade e do tempo de exposição, análise das medições ambientais realizadas pela empresa e identificação das medidas de proteção coletiva e individual.
Conclusão
Os fatores determinantes para a hepatotoxicidade e o estabelecimento do diagnóstico de DHOA podem ser identificados através de estratégias de controle da doença hepática ocupacional com base nos princípios gerais de prevenção primária e secundária. As estratégias primárias objetivam identificar e remover (ou reduzir) as exposições hepatotóxicas, enquanto as secundárias englobam o rastreamento dos trabalhadores ativamente expostos a hepatotoxinas conhecidas ou suspeitas, buscando identificar a doença hepática em estágio reversível inicial. Contudo, tais métodos não devem substituir as medidas de prevenção primária. Na prática da Medicina do Trabalho, a avaliação e a conduta em relação às possíveis substâncias hepatotóxicas dependem do seguimento sistemático de uma população de trabalhadores, por meio da realização periódica de avaliação clínica laboratorial e do adequado controle ambiental.
Palavras-Chave
Hepatotoxicidade, fígado, trabalhador, exposição ambiental, exposição ocupacional
Área
Gastroenterologia - Fígado
Autores
Vitória Fedrizzi Sakai, Patrícia Gabriela Riedel, Sheila de Castro Cardoso Toniasso, Raquel Boff da Costa, Maria Carlota Borba Brum, Dvora Joveleviths