Dados do Trabalho

Título

RUPTURA HEPÁTICA SECUNDÁRIA A SÍNDROME HELLP GRAVE: RELATO DE CASO

Apresentação do Caso

Paciente feminino, 26 anos, secundigesta, hígida, realizando
acompanhamento obstétrico de risco habitual. Na 35º semana de gestação apresenta
queixa de lombalgia súbita de forte intensidade. Evoluiu com pico hipertensivo e crise
convulsiva. Recebe diagnóstico de eclâmpsia sendo indicada cesariana para resolução da
gestação. Parto cesárea sem intercorrências, feto vivo, peso 2300 gramas.No
intraoperatório, observa-se hematoma extenso acometendo ambos os lobos hepáticos com
rotura do hematoma em lobo hepático esquerdo, com sangramento em babação. Optado
pela realização de damage control com empacotamento hepático e transferência da
paciente para UTI de serviço de referência em cirurgia hepatobiliar. Reabordada no 2º dia
pós operatório, com achado de hematoma hepático em segmento II, sem sinais de
sangramento ativo e sem outros achados. No 20º pós operatório, apresentou quadro de
dor abdominal em hipocôndrio direito associado a febre e leucocitose, sendo
diagnosticada com abscesso hepático e optado pela drenagem percutânea com saída de
150 ml de secreção purulenta. Realizada antibioticoterapia, com resolução do quadro e
retirada do dreno no 10º dia pós-punção. Sem novas intercorrências cirúrgicas, recebeu
alta no 49º dia de internação. Segue em acompanhamento ambulatorial, atualmente sem
queixas.

Discussão

A formação do hematoma subcapsular hepático secundário à síndrome
HELLP ocorre em cerca de 0,9-1,6% dos casos, sendo considerado uma grave
complicação com alta mortalidade. A mortalidade destas complicações varia conforme a
literatura, com mortalidade materna variando de 17-59% e fetal de 38-62%, dados esses
que vêm caindo gradativamente após surgimento de melhores métodos diagnósticos e
detecção precoce destas afecções. É imperativo o diagnóstico precoce para adequada
condução do caso e maior taxa de sobrevida.

Comentários finais

Considerando o alto índice de mortalidade materna e fetal presente na afecção apresentada, é imprescindível o conhecimento de seu manejo, diagnóstico e sua detecção precoce em busca da melhor conduta e tratamento ao paciente.