XX Semana Brasileira do Aparelho Digestivo

Dados do Trabalho


Título

DIAGNÓSTICO ENDOSCÓPICO DE LESÕES COLORRETAIS NA ESTRATÉGIA DE RESSECAR E DESCARTAR

Introdução

Atualmente o câncer colorretal (CCR) é o segundo tipo mais freqüente em mulheres e homens. O INCA/MS estima que até 2025 ocorrerá elevação nas taxas de mortalidade deste. A colonoscopia é importante ferramenta que possibilita o diagnóstico e tratamento do adenoma, lesão precursora do CCR. Estudos mostram redução da incidência e mortalidade por câncer com a polipectomia. O aprimoramento nas tecnologias de imagem avançada permite diferenciar entre lesão neoplásica e não-neoplásica com acurácia acima de 90%. Na literatura tem surgido trabalhos de ressecção e descarte de pólipos, como o estudo DISCARD (Detect inspect characterise resect and discard). O risco de câncer é abaixo de 1/1.000 em lesões diminutas.

Objetivo

Comparar os achados da endoscopia com a histopatologia no descarte de pólipos colorretais.

Método

Foram estudadas 99 lesões colorretais (32 colonoscopias) entre janeiro e agosto de 2021, executadas por única residente R2 sob supervisão. Avaliação prospectiva. Todas as lesões foram fotografadas. Critérios de inclusão: preparo do cólon adequado e lesões até 10mm. Técnica: avaliação com luz branca, cromoscopia convencional e digital (NBI near focus). Tratamento endoscópico: polipectomia com pinça.

Resultados

Foram 23 mulheres e 9 homens, com mediana de 63 anos. Lesões ≤ 5mm foram 77 e > 5mm 22. Morfologia (Paris): 0-Isp (1), 0-Is (36), 0-IIa (62). Histologicamente 62 (62,62%) foram adenomas convencionais, 1 (1,0%) adenoma séssil serrilhado e 37 (49,31%) pólipos não neoplásicos. Confirmação de adenoma foi 86,1%% (62/72). Os 10 erros: 8 processos inflamatórios e 1 polipo de retenção. Dos pólipos hiperplásicos endoscópicos, 74,07% (20/27) foram confirmados na histologia. Os 7 erros: 5 inflamatórios, 1 lesão séssil serrilhada, 1 pseudolipomatose.

Conclusão

Os resultados mostraram que instituição com profissionais capacitados e endoscópios com tecnologia de imagem melhorada poderiam contribuir para o descarte, com segurança, da maioria dos pólipos, reduzindo os custos do exame histopatológico. Entretanto, não há legislação sobre o assunto, nem estudo avaliando o aceite do paciente. A técnica de polipectomia e estudo histopatológico continua sendo o padrão ouro na correlação dos achados endoscópicos de lesões colorretais.

Palavras-Chave

adenoma, hiperplásico, DISCARD

Área

Endoscopia - Colonoscopia

Autores

Sula Marie Louis Santos, Maria Aparecida Ferreira, Fábio Carvalho Moraes , Alexandre Saraiva Iachan, Alexandre Dias Pelosi , Simone Guaraldi , Felipe Alves Mendonça