Dados do Trabalho
Título
Tratamento para a Esofagite Eosinofílica em adultos: onde estamos?
Introdução
A Esofagite eosinofílica (EEo) é um distúrbio gastrintestinal inflamatório, crônico, imuno-mediado, definido por ≥ 15 eosinófilos/campo de grande aumento, marcado por disfagia e impactação alimentar. Apesar da ascendência da taxa de prevalência, não há consenso ou regulamentação sobre seu tratamento.
Objetivo
Analisar os tratamentos disponíveis para a EEo e definir o melhor esquema terapêutico.
Método
Procuramos na base de dados PubMed, seguindo o método PRISMA, artigos sobre manejo clínico e tratamento da EEo. Eliminamos os que não respondiam ao objetivo, restando 28. Após análise dos resultados, foi feita uma discussão sobre cada tratamento e proposto o melhor esquema terapêutico.
Resultados
Dos 28 artigos, 23 consideram a dieta elementar eficaz, com taxas de até 90,8% de remissão histológica; 14 classificam a dieta de eliminação por teste de alergia ineficaz, sendo 45,5% a taxa de remissão histológica; 17 consideram a dieta de eliminação empírica de 6 alimentos efetiva, mas restritiva e 3 apontam a de 2-4-6 alimentos como eficaz. Em 12 artigos a taxa de remissão por inibidor de bomba de próton (IBP) foi menor que 72%, não atingindo resposta terapêutica desejada. Esteroides tópicos apresentam bom resultado em 24 dos 26 artigos que foram citados. A dilatação endoscópica é considerada eficaz em 17 dos 20 artigos que foi citada. 10 classes de biológicos e imunomoduladores foram analisadas e apresentam resultados variados. Discussão: A dieta elementar, embora eficaz, enfrenta muitas limitações práticas e a guiada por teste de alergia não é indicada devido à ineficiência dos testes mediados por IgE. A dieta de eliminação empírica apresenta boa remissão clínico-histológica, sendo a de 2-4-6 alimentos a que possui maior adesão. Apesar da baixa eficácia, os IBPs são uma opção terapêutica, devido à fácil utilização. Os esteroides tópicos Budesonida e Fluticasona apresentam ótimas taxas de remissão, mas efeitos adversos devem ser considerados. Os biológicos estão em fase de teste, com resultados variados e pouco promissores. A dilatação endoscópica melhora os sintomas e quando utilizada deve ser associada a outras terapias.
Conclusão
A dieta de eliminação empírica de 2-4-6 alimentos é a primeira opção de tratamento, seguida pelos esteroides tópicos. Apesar da baixa efetividade, IBPs são uma opção terapêutica. A dilatação endoscópica pode ser utilizada para alívio de sintomas. O tratamento com biológicos precisa de mais pesquisas e é tido como perspectiva futura.
Palavras-Chave
Esofagite eosinofílica; Terapêutica; Eficácia
Área
Gastroenterologia - Esôfago
Autores
Gustavo Campanha Menon Carlos, Camilla Martins Ginack, Giovanna Iemini Costa, Lucas Martins Ribeiro Ferreira, Antônio Duarte Cabral, Isabella Moreira Alves de Souza, Ethel Zimberg Chehter