Dados do Trabalho
Título
Relato de caso - Esofagite por herpes vírus simples
Apresentação do Caso
M.A.S, 40 anos, sexo masculino, PVHA, deu entrada neste serviço com queixa de tosse seca e epigastralgia, com piora da dor a alimentação além de episódios de febre. Ao exame queixava de dor com discreto incômodo em epigástrio a palpação além de febre (39,1ºC), ausência de lesões vesiculares. Solicitada endoscopia digestiva alta (EDA) onde evidenciou-se mucosa de aspecto nacarado além de 4 erosões maiores que 5 mm, retilíneas, estendendo-se a partir da TEG, confluentes entre si. Realizada biópsia das erosões que evidenciou esofagite crônica ulcerada associada ao herpes vírus. A imuno-histoquímica mostrou presença de anticorpos Herpes Vírus Simples 1 (HSV1) positivo corroborando ainda mais com o diagnóstico. Paciente apresentou melhora com o início do omeprazol e aciclovir, ficando internado na infectologia para controle clínico do HIV e investigação devido a lesão em pele.
Discussão
Embora a infecção pelo herpes vírus seja comum mesmo em pacientes imunocompetentes, a esofagite herpética é rara. O que torna a esofagite herpética clinicamente importante é a que ela pode se sobrepor aos sintomas de refluxo deixando muitos pacientes sem o diagnóstico adequado.
Os sintomas mais comuns descritos na literatura são odinofagia e disfagia, tanto para sólidos quanto para líquidos. Entretanto outros sintomas relatados são dor torácica retroesternal, tosse, febre, rash cutâneo associado e hemorragia gastrointestinal. Os paciente podem apresentar lesões labiais ou orofaríngeas coexistentes.
O diagnóstico é feito pelo aspecto endoscópico e confirmado por imunohistopatológico e a doença geralmente tem evolução benigna e autolimitada
Comentários finais
Para diagnóstico definitivo da esofagite herpética é necessário a realização de EDA com coleta de material tecidual. É uma doença frequentemente subdiagnosticada, mas comum em paciente imunocomprometidos. As complicações em pacientes sem comprometimento do sistema imune são raras e a doença e evolução da doença é autolimitada, melhorando em torno de 7 dias. Em pacientes imunossuprimidos o tratamento é recomendado para evitar complicações e um pior desfecho.
Palavras-Chave
Endoscopia digestiva alta, esofagite herpética
Área
Endoscopia - Endoscopia digestiva alta
Autores
Paulo Haruo Yano Junior, Paulo Gardenal Teles, Priscila Gonçalves Pereira, Waldir Egidio Barbosa Mitidiero, Giovanni Gustavo de Souza Avansini