XX Semana Brasileira do Aparelho Digestivo

Dados do Trabalho


Título

Cirurgia bariátrica e metabólica: uma eficiente terapêutica no tratamento da obesidade infantil

Introdução

A obesidade infantil é um problema multifatorial e global. A classificação depende do índice de massa corporal (IMC), sexo, idade e percentil (p) da curva de crescimento. Considera-se obesidade, entre 2 e 20 anos, o IMC acima do p95 para idade e sexo, e obesidade severa, o IMC ≥120% do p95 ou IMC ≥35kg/m2. Diabete mellitus (DM), hipertensão, doença hepática gordurosa não alcoólica (DHGNA), dislipidemia e apneia obstrutiva do sono (AOS), estão associadas à patologia. O tratamento de primeira linha é a mudança de estilo de vida. Uso de medicamentos é controverso. E ambos não possuem bons resultados. Assim, a cirurgia bariátrica e metabólica (CBM) se tornou a opção eficiente para obesos severos. Indicações, contraindicações, técnicas cirúrgicas e prognóstico devem ser considerados para obtenção dos melhores resultados.

Objetivo

Demonstrar a importância do diagnóstico da obesidade infantil e do tratamento pela CBM, afim de melhorar os resultados e a qualidade de vida do paciente.

Método

Realizado estudo descritivo por revisão literária nas bases de dados eletrônicas, com artigos de 2011 a 2021.

Resultados

O diagnóstico da obesidade infantil deve ser auxiliado pelas curvas de IMC. A CBM é indicada aos adolescentes com IMC de 35 kg/m2 e comorbidades graves (DM tipo 2, AOS e DHGNA) ou IMC de 40 kg/m2 e outras comorbidades (hipertensão, resistência insulínica, intolerância a glicose, dislipidemia, AOS leve ou prejuízo das atividades diárias). Deve-se considerar as maturações sexual Tanner estágio IV-V e esquelética de 95%. Contraindica-se quando falta de: apoio familiar e adesão às recomendações pré-operatórias. As abordagens clássicas são: gastrectomia vertical (sleeve), banda gástrica ajustável laparoscópica (BGAL)e bypass gástrico em Y de Roux (BGYR). A BGAL não é indicada para menores de 18 anos. O BGYR é um procedimento bastante realizado, mas leva a deficiências nutricionais a longo prazo. Já a sleeve consiste na formação de um estômago reduzido e tubular, que restringe o volume da ingestão de alimentos, pouco altera a absorção de nutrientes e tem boa remissão das comorbidades, sendo uma ótima escolha.

Conclusão

A obesidade infantil é um problema de saúde pública. A intervenção não-cirúrgica é a primeira escolha, mas os resultados são insatisfatórios. Por isso, a CBM é a escolha mais eficiente. Técnicas, como a sleeve, que reduzem o IMC e as comorbidades, devem ser preferidas, respeitando a experiência do cirurgião, para proporcionar ao paciente infantil bom prognóstico e melhor qualidade de vida.

Palavras-Chave

Cirurgia bariátrica; obesidade infantil; pediatria; adolescente

Área

Cirurgia - Obesidade

Autores

Renan Acácio Silva Mendonça, Bruna Vasconcelos Cândido, Daniela Silva Bertoloni, Luan Beloto Leme, Gabriela Molina Morandin, Nathane Silva Mendonça, Marcelo Engracia Garcia, Maria Helena Pompeu