Dados do Trabalho

Título

Drenagem biliar com terapêutica combinada (rendezvous percutâneo/endoscópico, PTE-RV e ecoendoscópico, EUS-RV) em paciente oncológico: relato de caso

Apresentação do Caso

Paciente feminino, 40 anos, com internações por colangite de repetição devido lesão infiltrativa hilar tipo Bismuth IV (secundária à neoplasia de cólon). Tomografia de abdome evidenciando lesão com cerca de 1,6cm e próximo à via biliar direita/confluência dos ductos. Submetida a uma primeira abordagem endoscópica e inserção de prótese autoexpansível (SEMS) não recoberta, em via biliar direita através de colangiografia retrógrada endoscópica (CPRE). Quatro meses após, retorna com quadro de dor abdominal, vômitos, icterícia, febre e hiperbilirrubinemia (BT 17,92 mg/dl) sem melhora após antibioticoterapia. Indicada drenagem paliativa com procedimento combinado percutâneo/endoscópico. Realizada passagem endoscópica de SEMS não recoberta em via biliar esquerda e com auxílio de punção percutânea à direita foi possível passagem do fio guia por dentro da malha da primeira prótese e implantação de uma nova SEMS não recoberta (PTE-RV). Paciente evolui com melhora clínica e laboratorial (BT 1,39mg/dl). Após um ano, paciente foi submetida à outra drenagem paliativa, com auxílio da técnica de EUS-RV, devido novo episódio de colangite. Através da ecoendoscopia foi puncionada via biliar esquerda com agulha de 19G e introduzido fio guia até duodeno. Realizada passagem de duodenoscópio até 2ª porção duodenal e evidenciado fio guia e prótese exteriorizados, possibilitando implantação de prótese plástica (8,5Fr) com extremidade proximal alocada em via biliar esquerda e distal, transpapilar. Paciente evolui com melhora da dor abdominal e queda dos valores de BT (2,13mg/dl). Paciente reinterna, alguns meses após, com quadro de encefalopatia hepática, desnutrição e dor abdominal de difícil controle analgésico sendo optado por uma conduta paliativa.

Discussão

A CPRE é o procedimento de escolha para a drenagem da via biliar comum em casos de obstruções distais, no entanto, em pacientes oncológicos ou com anatomia modificada cirurgicamente, o acesso convencional por CPRE tem baixas taxas de sucesso. A terapêutica combinada, como drenagem biliar percutâneo/endoscópica e drenagem biliar ecoguiada (DBEG), são alternativas importantes nos casos de falha de cateterização por CPRE.

Comentários finais

Relatamos um caso de obstrução de vias biliares tipo Bismuth IV em que foi realizado drenagem percutâneo/endoscópica e DBEG, após insucesso na terapêutica endoscópica por CPRE. O manejo combinado das vias biliares caracterizou-se como uma técnica de resgate relevante para o êxito terapêutico.

Palavras-Chave

rendezvous, colangite, ecoendoscopia