XX Semana Brasileira do Aparelho Digestivo

Dados do Trabalho


Título

TUMORES MESENQUIMAIS- TUMOR ESTROMAL GASTROINTESTINA (GIST): RELATO DE CASO.

Apresentação do Caso

Mulher, 61 anos, dislipidêmica, tabagista e história de CA de língua previamente tratada cirurgicamente, procurou serviço de pronto atendimento, com dor abdominal há oito dias sem alteração do trânsito intestinal. Tomografia de abdome com contraste, que evidenciou lesão expansiva sólida lobulada em corpo gástrico, medindo 6,9x5,4cm, com extensão para planos adiposos adjacentes e contato com o diafragma. Endoscopia digestiva alta, com ulceração irregular, profunda, friável, bordos elevados e endurecidos, com vasos dilatados, interrompidos e irregulares à cromoscopia digital, medindo 25 mm em corpo gástrico. Realizadas biópsias e diagnosticada neoplasia mesenquimal infiltrativa de células fusiformes com moderado pleomorfismo nuclear, e imuhistoquímica com c-kit positivo. A Paciente recebeu alta hospitalar para seguimento ambulatorial com a equipe da cirurgia oncológica.

Discussão

O tumor estromal gastrointestinal representa 80% dos tumores mesenquimais do trato gastrointestinal (TGI) e 5% de todos os sarcomas. São tumores provenientes da camada muscular própria e da mucosa. Originam-se das células de Cajal, conhecidas como células marcapasso do TGI. O GIST é frequentemente encontrado no estômago (60-70%), seguido do intestino delgado (20-25%). A maior parte dos pacientes portadores de GIST são assintomáticos (69%); dor abdominal ocorre em cerca de 19% dos casos. Os diagnósticos diferenciais incluem: leiomioma, leiomiossarcoma, lipoma, schwvanomas, tumor glômico e pâncreas ectópico. Os exames de escolha para o diagnóstico de GIST são a endoscopia digestiva alta e a ecoendoscopia para avaliar a camada onde encontra-se a lesão e suas características. Os tipos histológicos mais comuns são: fusiforme (70%), epitelióide (20%) e misto (10%). Avaliando o padrão de imunohistoquímica do GIST observa-se, que mais de 90% apresentam mutação do gene c-kit. Os fatores prognósticos do GIST dependem do tamanho do tumor, idade, número de mitoses por campo, Ki-67, p53 e rotura da cápsula. O tratamento adjuvante está indicado nos casos de: tumor extra-gástrico, >10 cm, >10 mitoses (10/50CGA), tumor >5 cm com >5 mitoses (5/50CGA), rotura de cápsula, em lesões recidivadas ou metastáticas, realizado com Imatinibe, em média por três anos.

Comentários finais

O diagnóstico de GIST deve ser lembrado no diagnóstico diferencial de massas abdominais, pois são os tumores mesenquimais mais comuns localizados no trato gastrointestinal e, se diagnosticado precocemente, apresentam boa evolução.

Palavras-Chave

Tumor estromal gastrointestinal (GIST).

Área

Endoscopia - Endoscopia digestiva alta

Autores

Paula Morais Freitas, Bruna Lemos Silva, Rosival Vicente Paula , Thiago Camilo Bertolotto, Andressa Tomé Faria, Bruna Ribeiro Krubniki, Pedro Teles Prado, Morgana Silva Santos , Ana Fernandes Reis , Tarik Walid Omairi, Otávio Micelli Neto, Miguel Reynaldo Varca