Dados do Trabalho
Título
CARCINOMA ESPINOCELULAR DE RETO: RELATO DE CASO.
Apresentação do Caso
Fem, 51 a. Submetida a colonoscopia diagnóstica ambulatorial por queixa de puxo, tenesmo e hematoquezia.
Ao exame foi identificada lesão elevada, avermelhada, endurecida e friável, com pequena ulceração central, medindo cerca de 5 cm de diâmetro em parede lateral direita de reto médio. Realizadas biópsias da lesão.
O exame anatomopatológico evidenciou carcinoma de células escamosas bem diferenciado e superficialmente invasivo na amostra. Estudo imuno-histoquimico subsequente evidenciou expressão de oncoproteína p16ink4a e Ki-67 positivo em cerca de 90% dos núcleos neoplásicos.
Submetida a ressonância magnética de pelve que revelou lesão de 3,5 cm e borda superior abaixo da reflexão peritoneal, estendendo-se à fascia mesorretal, com evidência de 1 linfonodo acometido. (T3cN1). Investigação de metástases à distância se revelou negativa (M0).
Paciente foi submetida a quimioterapia com cisplatina e fluorouracil (2 ciclos) e radioterapia com intensidade modulada (45 Gy pelve + 9 Gy boost), com ressonância de controle após 40 dias revelando lesão com 50% de sinal de fibrose e 50% de tumor residual – TRG3, sem linfonodos acometidos. (Estadimento: yrm T3cN0).
Discussão
O carcinoma de células escamosas do reto é uma neoplasia extremamente rara com incidência entre 0,002 e 1% dos cânceres colorretais. Pode estar associada a condições inflamatórias crônicas como radiação e colites ou infecções principalmente pelo Papiloma vírus humano (HPV) e esquistossomose.
A apresentação se assemelha ao adenocarcinoma com queixa de puxo, tenesmo, hematoquezia e dor abdominal.
O tratamento ideal para o CEC retal não está bem estabelecido devido à sua raridade. Historicamente, esses pacientes eram tratados como no adenocarcinoma retal, sendo o tratamento principal a ressecção cirúrgica. No entanto, mais recentemente, várias séries retrospectivas de casos institucionais únicos demonstraram que bons resultados podem ser obtidos usando-se quimiorradioterapia definitiva. Na maior série de 23 pacientes em uma única instituição, a sobrevida global em cinco anos foi de 86%, o controle local foi alcançado em 83% e a taxa de sobrevida livre de colostomia em cinco anos foi de 65%.
Comentários finais
O Carcinoma Espinocelular de Reto é entidade rara e seu comportamento biológico permanece desconhecido.
Relatamos caso de carcinoma espinocelular de reto médio, localmente avançado, tratado com radio e quimioterapia, com regressão parcial da lesão.
Palavras-Chave
Carcinoma Espinocelular de Reto, CEC de reto, Cancer Colorretal (CCR)
Área
Endoscopia - Colonoscopia
Autores
Lucas Giovinazzo Castanho Barros, Ana Paula Samy Tanaka Kotinda, Fellipe Cicuto Ferreira Rocha, Julia Mayumi Gregório, Leonardo de Souza Fonseca, Lucas Zouain Figueiredo, Carlos Kiyoshi Furuya Júnior, Sérgio Eiji Matuguma, Mauro Mendes Picolo, Lila Graziela Bicalho Lopes, Renzo Feitoza Ruiz, Clarissa Santos Souza, Paulo Roberto Arruda Alves