XX Semana Brasileira do Aparelho Digestivo

Dados do Trabalho


Título

Espessamento de parede gástrica, como chegar ao diagnóstico, relato de caso

Resumo

Apresentação de caso: Mulher, 39 anos, sem comorbidades, com queixa de exacerbação de dor abdominal difusa progressiva, e diarreia, iniciadas a cerca de um mês com emagrecimento não quantificado. Ao exame físico, encontrava-se em regular estado geral, hipocorada, dor a palpação de abdome, piparote positivo. A tomografia computadorizada de abdome evidenciou espessamento da parede de transição esofagagogástrica e corpo gástrico, além de ascite. Na endoscopia digestiva alta (EDA), observou-se em câmara gástrica redução difusa da distensibilidade, e espessamento de pregas gástricas que acometem circunferencialmente o órgão em corpo poupando antro médio e distal, optado por biópsias com pinça. Realizada ecoendoscopia prontamente disponível, a qual constatou fusão anárquica das camadas com espessamento da parede gástrica (PG) maior que 04 mm, endurecida à elastografia sugestiva de neoplasia. O resultado do anatomopatológico foi ausência de neoplasia. A paciente foi reconvocada para EDA com biópsias por mais duas vezes no sexto e nono dia de internação hospitalar. Na terceira vez, observou-se ulceração e vasos anômalos em parede posterior do corpo proximal, foram realizadas biópsias sob biópsia com coleta de 11 fragmentos. O resultado do anatomopatológico foi de adenocarcinoma pouco diferenciado com células em anel de sinete invasivo ulcerado. A paciente realizou laparoscopia com evidências de disseminação metastática. Realizado tratamento quimioterápico com esquema mFLOX C1D1.
Discussão:
Na ecoendoscopia o espessamento da PG ocorre quando a mesma supera 04 mm. A fusão anárquica da PG, como no caso em questão, é altamente sugestiva de neoplasia maligna, em contraste com doença de Ménétrier que preserva as camadas da PG. Para realização de biópsias efetivas, deve-se buscar regiões de descontinuidade da mucosa, e caso a mucosa esteja íntegra, é possível que as biópsias venham negativas para neoplasia em 30% dos casos, isso devido ao fato da neoplasia difusa ser subepitelial. Quando a mucosa está íntegra, devemos lançar mão de técnicas como biópsia sob biópsia em busca de tecido mais profundo, ou mesmo punção ecoguiada.
Comentários Finais:
Nas neoplasias malignas é imprescindível atenção para o diagnóstico o mais precoce possível. Diante da alta probabilidade de malignidade, deve-se individualizar as estratégias efetivas e manter íntimo contato com patologista e equipe assistente, para caso haja negatividade seja feita reconvocação imediata do paciente.

Palavras-Chave

#Endoscopia #Adenocarcinoma #biópsias

Área

Endoscopia - Endoscopia digestiva alta

Autores

João Guilherme Ribeiro Jordão Sasso, Erika Yuki Yvamoto, Matheus Cândido Hemerly, Pedro Victor Aniz Gomes de Oliveira, Igor Mendonça Proença, Mateus Pereira Funari, Mauricio Kazuyoshi Minata, Spencer Cheng, Elisa Ryoka Baba, Eduardo Guimarães Hourneux de Moura