XX Semana Brasileira do Aparelho Digestivo

Dados do Trabalho


Título

CORRELAÇÃO DE DISFAGIA COM ACHADOS HISTOLÓGICOS DE ESOFAGITE EOSINOFÍLICA EM HOSPITAL UNIVERSITÁRIO REFERÊNCIA DE SÃO PAULO

Introdução

A esofagite eosinofílica é uma desordem crônica imunomediada com disfunção do órgão e infiltrado eosinofílico, mais comum em homens entre 30 e 50 anos. Os sintomas são disfagia, impactação alimentar, azia, regurgitação e dor torácica. O diagnóstico é baseado na presença de 15 eosinófilos por campo de grande aumento em uma biópsia de mucosa esofágica; sintomas esofágicos; ausência de resposta com terapia com inibidor de bomba de prótons e exclusão de doença eosinofílica. Os achados endoscópicos incluem: sulcos longitudinais, placas esbranquiçadas, edema, anéis concêntricos, estenoses, exsudatos e redução da vascularização da mucosa esofágica. Na Dinamarca, um consenso para realização de quatro biópsias a quatro e a quatorze centímetros da transição esofagogástrica resultou no aumento da incidência de esofagite eosinofílica.

Objetivo

Determinação e padronização dos sítios com maior possibilidade de diagnóstico de esofagite eosinofílica utilizando o protocolo dinamarquês de biópsias de mucosa esofágica via endoscópica a fim de correlacionar sintomas de disfagia com o diagnóstico histopatológico.

Método

Os pacientes submetidos à endoscopia digestiva alta de rotina no período de fevereiro a julho de 2021 estão divididos em dois grupos, sendo um formado por aqueles com queixa disfágica e outro por pacientes sem a referida queixa, sendo realizadas quatro biópsias a quatro e quatorze centímetros da transição esofagogástrica, com intuito de comparar a resposta eosinofílica nos segmentos biopsiados.

Resultados

Do total de 39 pacientes entre 18 a 79 anos, 41% apresentam disfagia. Destes, 56,2% são do gênero feminino e idade entre 29 e 77 anos com média de 45 anos. Dos casos sem disfagia, a idade variou de 18 a 79 anos com média de 51 anos e não se observam diferenças estatisticamente significativas entre idade e sintoma (p=0,893). Dos sintomáticos, a presença de eosinofilia por campo de grande aumento foi observada em 56,2% casos e todos os 23 casos sem disfagia apresentaram ausência de eosinofilia e essa associação se mostrou estatisticamente significativa (p<0,001).

Conclusões

O protocolo de biópsias mostrou-se eficaz para diagnóstico de esofagite eosinofílica. Através da padronização de biópsias, associada à história clínica, é possível otimizar o diagnóstico e tratamento, uma vez que tal doença é a principal causa de disfagia e impactação alimentar, afetando diretamente a qualidade de vida e necessidade de serviço médico de urgência.

Palavras-Chave

Esofagite eosinofílica, biópsia esofágica, eosinofilia

Área

TCC – Centro de Treinamento - Endoscopia digestiva alta

Autores

Isabella Asari Takahara, Osvaldo Massatoshi Araki, Natan Kenji Watanabe