Dados do Trabalho
Título
ERGONOMIA NA ENDOSCOPIA: Análise de questionário aplicado entre endoscopistas.
Introdução
A ergonomia tem como objetivo otimizar a interação do operador com suas ferramentas, tarefas e seu local de trabalho, minimizando lesões. Os fatores de risco para lesões por esforço relacionadas ao trabalho incluem: repetição de movimentos, prolongadas posturas inadequadas, altas forças ou força repetitiva. A endoscopia digestiva envolve muitos desses fatores.
Objetivo
Determinar se existe relação entre a prática da endoscopia digestiva e lesões musculoesqueléticas, identificar fatores de proteção e fatores de risco.
Método
Estudo observacional descritivo, cujos dados foram coletados entre Junho e Julho de 2021 através de questionário digital aplicado entre Endoscopistas que atuam na cidade de São Paulo/SP. Critérios de inclusão: profissionais que aceitaram participar da pesquisa e assinaram o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido. Critérios de exclusão: questionários incompletos ou sem o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido assinado.
Resultados
Foram aplicados 104 questionários, sendo 103 elegíveis. Destes, 66,02% dos Endoscopistas relataram queixas musculoesqueléticas, sendo as mais comuns: cervicalgia (38,83%), dor/parestesia em ombros (26,21%) e lombalgia (24,27%). No grupo com sintomas 70,59% estão na faixa etária entre 25 a 45 anos, 80,88% trabalham 30 ou mais horas por semana e 65% fazem mais de 30 colonoscopias por semana. Dentre as posturas realizadas, as mais negligenciadas foram as pós-exame, como alongamento dos ombros, punho e costas. Já as posturas mais realizadas no grupo dos assintomáticos foram uso de calçados confortáveis (97,14%), postura ereta da coluna e pescoço (82,86%), utilização de gaze em mão direita (68,57%) e leito ao nível do cotovelo ou logo abaixo dele (65,71%). Dos Endoscopistas que afirmaram ter iniciado alguma atividade de fortalecimento muscular ou técnicas posturais adequadas após apresentarem alteração osteomuscular, 97,5% observaram alívio dos sintomas. Aqueles com mais de 10 anos de exposição ao trabalho, 34% possuem diagnóstico de uma doença musculoesquelética.
Conclusões
Os dados aqui apresentados nos permitem concluir que existe alta prevalência de desordens musculoesqueléticas entre Endoscopistas, mais comumente relacionadas à carga horária, número de exames e tempo de exposição ao trabalho e que fortalecimento muscular e medidas posturais foram fatores de proteção.
Palavras-Chave
ERGONOMIA, ENDOSCOPIA
Área
TCC – Centro de Treinamento - Miscelânea
Autores
Denise Espindola Matos, Osvaldo Massatoshi Araki, Anna Fernanda Cazavia Domene, Fabio Marioni