XX Semana Brasileira do Aparelho Digestivo

Dados do Trabalho


Título

Tratamento de fístula hipofaríngea aguda com vácuo endoluminal endoscópico, relato de caso

Resumo

Apresentação do Caso: Masculino, 42 anos, com história de encefalopatia crônica não progressiva se apresenta no pronto socorro de um hospital terciário com queixa de disfagia progressiva após ingestão de corpo estranho (CE) há 24 horas. Realizada tomografia computadorizada (TC) que identificou CE com dimensões de 3,2 x 1,1 cm e enfisema subcutâneo em topografia de hipofaringe. Optado por remoção endoscópica após intubação orotraqueal (IOT) assistida por broncoscopia. Durante IOT o paciente apresentou parada cardiorrespiratória por 1 minuto e 30 segundos. Na realização do procedimento endoscópico evidenciou-se CE em seio piriforme direito, removido com pinça de CE somado a laringoscopia oportuna. Evidencia-se perfuração à revisão. Optou-se por utilização de vácuo endoscópico endoluminal (VEE). Posicionou-se o VEE, e foi passada sonda nasoentérica para nutrição. Foi realizado tratamento conservador com antibioticoterapia e corticoterapia por cinco dias. A TC no terceiro dia de internação hospital revelou coleção laminar, associado a realce periférico ao contraste, centrada no espaço mucosofaríngeo à direita, volume estimado em 3,5 mL, estendendo-se de C2 a C5. Superiormente a coleção estende-se pelo espaço parafaríngeo à direita, e inferiormente apresenta pequena extensão ao espaço de Danger. Sem sinais de extensão para mediastino. No quinto dia o paciente foi extubado, removido o VEE, e realizada progressão da dieta via oral. O paciente recebeu alta no décimo oitavo dia de internação e segue em acompanhamento no ambulatório de disfagia, sem queixas relacionadas ao evento.
Discussão: A utilização do VEE é consagrada mundialmente para tratamento das fístulas do trato gastrointestinal, inicialmente difundida para reto, e atualmente mais utilizada para o esôfago, no qual a taxa de cura pode variar de 67 a 100%. São poucos os estudos para a região da hipofaringe, contudo, o sucesso obtido na região esofágica pode justificar a indicação dessa terapêutica na região mais proximal em casos selecionados de fístula aguda em que é necessária IOT por tempo prolongado.
Comentários Finais: O principal desafio do VEE na região da hipofaringe está relacionado ao paciente necessitar estar sob IOT, contudo, em alguns casos, em que é necessária IOT por um período maior os pacientes podem se beneficiar do VEE. Ainda são necessários estudos robustos sobre vácuo nessa topografia para chegarmos a conclusões mais factíveis.

Palavras-Chave

#Vácuo #Endoscopia #Fístula

Área

Endoscopia - Endoscopia digestiva alta

Autores

João Guilherme Ribeiro Jordão Sasso, Mariana Neri, Pedro Henrique Boraschi Vieira Ribas, Victor Lira de Oliveira, Angelo So Taa Kum, Matheus Bond Boghossian, Igor Braga Ribeiro, Epifânio Silvino do Monte Junior, Rodrigo Silva de Paula Rocha, Diogo Turiani Hourneux de Moura, Eduardo Guimarães Hourneux de Moura