XX Semana Brasileira do Aparelho Digestivo

Dados do Trabalho


Título

Adenocarcinoma primário de apêndice: diagnóstico incidental em paciente jovem – relato de caso

Apresentação do Caso

Masculino, 23 anos, com dor em fossa ilíaca direita há três dias, de forte intensidade, realizou ultrassom na urgência, compatível com apendicite aguda. Submetido a apendicectomia à McBurney e visualizado apêndice perfurado. Anatomopatológico revelou adenocarcinoma invasor do apêndice, tipo não mucinoso, bem diferenciado, com invasão da serosa e margem cirúrgica na extremidade cecal focalmente comprometida. Paciente foi submetido a colectomia direita oncológica e linfadenectomia retroperitoneal. Novo anatomopatológico identificou dois focos de adenocarcinoma no tecido adiposo do mesocólon, linfonodos e margens de ressecção sem evidência de neoplasia. Iniciado tratamento quimioterápico coadjuvante.

Discussão

A apendicite aguda é a patologia abdominal que mais frequentemente requer cirurgia de emergência. Causas que podem obliterar a cavidade apendicular poderão levar a essa condição. Tumores, embora raros, também podem obliterar seu lúmen.
A incidência de apendicite aguda nos Estados Unidos é de 7,7% e os tumores do apêndice podem ser encontrados incidentalmente em espécimes de apendicectomia, variando de 0,9% a 1,7%. Apesar dos cânceres primários do apêndice serem raros, (1,2 casos por 100.000 pessoas por ano nos Estados Unidos) e assintomáticos, quando há sintomas, o processo da doença pode estar avançado.
O paciente, do caso aqui relatado, apresentou adenocarcinoma do tipo colônico, o qual possui predomínio no sexo masculino e idade média de 62 a 65 anos. Nesse subtipo não há um estadiamento ou diretriz específica, portanto a investigação, o estadiamento e o tratamento se assemelham aos do câncer de cólon.

Comentários finais

Destaca-se no caso apresentado a importância do diagnóstico clínico da apendicite, identificando-se fatores predisponentes aos tumores como idade mais avançada, exames de imagem com achados que favoreçam o diagnóstico de neoplasia e o estudo anatomopatológico, através do qual se confirma ou não a etiologia tumoral. O paciente em questão apresentou apendicite complicada na ultrassonografia e o anatomopatológico surpreendeu por se tratar de indivíduo jovem com diagnóstico etiológico de tumor de apêndice como causa da apendicite aguda. Reforçamos a importância do estudo histológico na etiologia da apendicite aguda, objetivando a otimização da abordagem terapêutica e o melhor prognóstico para o paciente.

Palavras-Chave

Apendicite aguda; Adenocarcinoma de apêndice; Tumor primário de apêndice; Apendicectomia

Área

Cirurgia - Cólon

Autores

Renata Castilho Sperli, Natinielle Martins de Souza, Octávio Araújo Rodrigues Lima, Geisa Perez Medina Gomide, Sílvia Maria Perrone Camilo, João Henrique Amaral Silva