XX Semana Brasileira do Aparelho Digestivo

Dados do Trabalho


Título

HÉRNIA INGUINAL URETERAL: RELATO DE CASO DE UM RARO COMPONENTE HERNIÁRIO TRATADO POR LAPAROSCOPIA

Apresentação do Caso

Trata-se de um paciente masculino, 70 anos, obeso e sem outras comorbidades, que vem à consulta com quadro de dor em fossa ilíaca a esquerda e abaulamento deste lado com poucos meses de evolução. Não há queixas de sintomas urinários, nem alterações na função renal. O estudo do caso foi complementado com um exame axial de tomografia computadorizada, onde se evidenciou que o ureter a esquerda se herniava por um anel inguinal dilatado deste lado. O paciente foi submetido a uma herniorrafia inguinal a esquerda pela técnica Transabdominal pré-peritoneal (TAPP) com prótese de tela de polipropileno. Após 30 dias do procedimento o paciente se encontrava completamente assintomático, com melhora dos sintomas que o trouxeram a consulta e com exame de tomografia para controle evidenciando o adequado tratamento da hérnia inguinal, com o ureter reduzido do conteúdo herniário e sem sinais de complicações.

Discussão

A insinuação do ureter por uma hérnia inguinoescrotal é uma condição rara, sendo que atualmente, são reportados cerca de 140 casos na literatura. As complicações deste tipo de hérnia costumam ser incomuns, e a maioria dos casos podem permanecer assintomáticos por muitos anos. Uma complicação possível corresponde a lesão inadvertida do ureter durante o reparo cirúrgico da hérnia.
Os principais sintomas são o abaulamento da virilha associado a falência renal inexplicada. Sintomas urinários como disúria, polaciúria, infecções de repetição e urgência são sintomas inespecíficos que podem estar presentes. O principal fator de risco isolado associado a essa condição é a obesidade, entretanto, um histórico de transplante renal também pode ser visto nesses pacientes. Exames complementares como tomografia computadorizada, ressonância magnética ou urografia são importantes armas para o diagnóstico.
Via de regra, o tratamento é cirúrgico e costuma ser feito por via convencional. O reparo por laparoscopia é descrito para o tratamento da hérnia inguinal ureteral com envolvimento da bexiga como componente herniário. Há na literatura, um relato de caso onde a hérnia inguinal ureteral foi tratada por com uso de tela inabsorvível assistida por robô.

Comentários finais

Procedimentos minimamente invasivos são pouco relatados, mas podem ser feitos com sucesso, seja pela via laparoscópica como relatamos, ou até mesmo por via robótica. Demonstramos com isso a possibilidade de um tratamento pouco invasivo para uma condição que até então é tratada por via convencional.

Palavras-Chave

hérnia inguinal, ureter, laparoscopia, hérnia inguinal ureteral

Área

Cirurgia - Miscelânea

Autores

Alan Junior de Aguiar, Thaísa Sami Nakadomari , Silvano Sadowski, Hector Sbaraini Fontes, Iwan Augusto Collaço