Dados do Trabalho
Título
Prevalência da gastrite e fatores associados em Agentes Comunitários de Saúde
Introdução
A gastrite crônica e uma inflamação da mucosa do estômago, com grande prevalência na população mundial. Tem distribuição universal e aumenta conforme a idade, fatores etiológicos oriundos de hábitos alimentares e comportamentais contribuem para o início das manifestações clínicas.
Objetivo
Estimar a prevalência da gastrite e a associação dos fatores de risco em trabalhadores Serviços de Saúde Comunitária (ACS).
Método
Estudo transversal, quantitativo e analítico, realizado em 2018 no município de Montes Claros, Minas Gerais, Brasil, com agentes comunitários de saúde (ACS) atuantes nas 135 unidades de saúde do município, incluído zona urbana e rural. A coleta de dados ocorreu por meio de questionários validados, por coletores treinados, em um espaço reservado, CEREST (Centros de Referência em Saúde do Trabalhador), no período de três meses, que incluíram variáveis demográficas (sexo, idade, cor da pele, estado civil e formação em saúde), laborais ( tempo de atuação como ACS), hábitos alimentares ( consumo de álcool, consumo de bebidas que contem cafeína, automedicação ), percepção do estado de saúde, a variável desfecho foi avaliada por meio da pergunta: Você já foi diagnosticado com gastrite por algum medico?. Incialmente foi realizada analise descritiva das variáveis investigadas e análise da associação entre fatores de risco para a gastrite foram realizadas por meio de regressão poisson. O estudo foi aprovado com parecer nº 2.425.756/2017.
Resultados
Participaram do estudo 675 ACS, destes, 13,9% tinham sido diagnosticados com gastrite, 83,7% mulheres, com idade entre 19 e 68 anos, 87,1% declararam não branca, 59, 7% tinham companheiro e 64,3% não tinham formação em saúde, 56,6 tinham até 5 anos de formação, 37,2%, consumiam álcool, 19,9% bebidas com cafeína, 31,3% automedicavam, e 41,0% apresentavam percepção de saúde negativa. No modelo final, a variável que se mostrou associada à presença da gastrite foi a percepção negativa de saúde (OR=1,124; IC95%=1,062-1,189).
Conclusão
A prevalência da gastrite foi elevada e manteve-se associado à percepção negativa de saúde, evidenciado que os ACS, com percepção negativa de saúde apresentam maiores riscos para o acometimento da gastrite. A associação com variáveis demográficas, laborais e hábitos alimentares não foram observadas. Entretanto, adoção de hábitos comportamentais saudáveis, pode ser útil na prevenção e no manejo dessa patologia.
Palavras-Chave
Agentes Comunitários de Saúde; Gastrite; Prevalência; Fatores associados.
Área
Gastroenterologia - Estômago/Duodeno
Autores
João Gustavo Brant Rocha, Maria Clara Brant Rocha, João Pedro Brant Rocha, Marcelo Eustáquio Siqueira Rocha, Josiane Santos Brant Rocha