Dados do Trabalho

Título

Transplante Hepático: panorama nacional ao longo de uma década (2020-2010)

Introdução

O transplante é um procedimento de elevada complexidade e utilizado quando as alternativas de tratamento disponíveis encontram-se esgotadas, tornando-o vulnerável à morte. Em análise particular do transplante de fígado é a substituição do órgão doente por outro saudável proveniente de um doador vivo ou falecido, sendo último recurso terapêutico disponível para pacientes com doença hepática crônica grave e irreversível

Objetivo

Caracterizar a situação do transplante de fígado no Brasil entre os anos de 2010 a 2020.

Método

Trata-se de um estudo transversal, retrospectivo e descritivo realizado por meio de análise de dados secundários disponíveis no banco de dados de acesso público do Registro Brasileiro de Transplantes, com enfoque nas informações sobre o transplante hepático referente ao período de janeiro de 2010 a dezembro de 2020.

Resultados

No período, foram realizados 29052 transplantes de fígado, com crescimento anual, sendo 5% com doador vivo. No que se refere ao número de transplantes hepáticos realizados por região, o Sudeste alcançou 52,9%; Sul, 23,6%; Nordeste, 18,9%; Centro-Oeste, 3,9% e Norte com 0,7% dos transplantes. Em 2010, havia 55 equipes especializadas em transplantes de fígado no Brasil; em 2020, registram-se 78 equipes de transplantes hepáticos distribuídas pelo país. Na região Norte, em 2010, não havia equipes para realização de transplantes hepáticos, sendo que, Sudeste e Sul, concentravam 80% das equipes. Uma década depois, o Norte aumentou para 4 equipes, contudo as regiões Sudeste e Sul ainda concentram cerca de 78% dos serviços. Verificou-se redução na lista de espera para transplante hepático, decréscimo de 82%. Notou-se que a necessidade anual de transplantes de fígado no Brasil foi de 5254, porém a média anual de transplantes realizados mostrou-se abaixo, totalizando 2050.

Conclusão

Portanto, houve um aumento, aproximado de 45% no número de transplantes hepáticos no Brasil, indicando a ampliação dos serviços prestados no setor, entretanto. Observou-se a ampliação quantitativa das equipes especializadas em transplantes hepáticos, contudo, evidencia-se, infelizmente, a persistência da concentração de serviços e a disparidade entre regiões, necessitando de ações para descentralização. Ademais, a diferença entre a necessidade de transplantes do país e a quantidade realizada anualmente, demonstrando que, apesar do avanço dos serviços disponíveis, muito há em se realizar para equiparação entre necessidade e a oferta anual de transplantes.

Palavras-Chave

Fígado; Transplante; Cirurgia

Área

Cirurgia - Fígado