XX Semana Brasileira do Aparelho Digestivo

Dados do Trabalho


Título

PANORAMA DAS GASTRECTOMIAS PARCIAL E TOTAL NAS REGIÕES BRASILEIRAS ENTRE 2013 E 2020

Introdução

O câncer gástrico é causa significativa de morbimortalidade. No Brasil, é o terceiro mais frequente em homens e quinto a mulheres4. Dentre os tipos histológicos, o mais comum é o adenocarcinoma². O tratamento cirúrgico é o mais eficaz, no qual dispomos das gastrectomias total e parcial, abertas ou laparoscópicas, para excisão tumoral ou à determinação do estadiamento5. Posto isso, é essencial considerar os benefícios e riscos de um tratamento menos ou mais invasivo.

Objetivo

Comparar dados representativos das gastrectomias parcial e total, identificando riscos que auxiliem na recomendação do tratamento para o câncer gástrico.

Método

Trata-se de um estudo ecológico através de dados agregados no Sistema de Informações Hospitalares do SUS (SIH/SUS) disponível no DATASUS. A amostra incluiu pacientes oncológicos submetidos a gastrectomias parcial ou total, nas regiões brasileiras, entre 2013 e 2020. Foram analisadas as variáveis: AIH aprovadas, taxa de mortalidade, valor médio de internamento e média permanência.

Resultados

17393 gastrectomias, parciais e totais, em oncologia, foram realizadas no país, com 55% apenas no Sudeste. A modalidade parcial (9541) foi mais realizada que a total (7942), sendo o período de internação médio maior para segunda, 13 dias, enquanto para primeira foi de 10,9 dias. A taxa média de mortalidade nacional foi de 6,63% para gastrectomia parcial, e 10,23% para total. A região Sul admitiu a maior taxa de mortalidade média tanto para parcial (7,66%) quanto para total (12,83%), se opondo ao Nordeste, com contigente semelhante de gastrectomias, que demarcou a menor taxa de mortalidade média para modalidade parcial (6,09%). Já, para total, o Centro-Oeste exibe a menor taxa de mortalidade média (6,97%) do período. Por fim, o valor médio para gastrectomia parcial foi de R$ 5321, variando de R$ 4965 na região Norte a R$ 5747 no Sul. A total custa, em média nacional, R$ 5726, com variação de R$ 6423 a R$ 5024 no Sudeste e Nordeste, respectivamente.

Conclusão

A gastrectomia total representa alta mortalidade, se aproximando de duas vezes o computado para parcial. O contraste observado no Sul, reconhecido pelo desenvolvimento socioeconômico, sugere o risco inerente aos procedimentos e menor influência da estrutura de saúde. Ainda, a modalidade total representa maior custo, mas tempo de internamento discretamente maior. Dessa forma, podemos reconhcer que a modalidade mais invasiva requer avaliação além do estadiamento, angariando os riscos intrínsecos após indicação do procedimento.

Palavras-Chave

Câncer; Gastrectomia; Procedimentos Cirúrgicos do Sistema Digestório.

Área

Cirurgia - Estômago

Autores

Ana Beatriz Santos Ferreira, Miguel Godeiro Fernandez, Iasmin Oliveira Andrade, Blenda Martins Moreno, Gabrielle Azevedo Costa, Caroline Rosário da Silva, Gabriella Coni Serra, Luisa Moura Mascarenhas, Carolina de Oliveira Souza Casal, Flávia Shwenck Fagundes, Rafaella Cazé de Medeiros, Catarina Mendes Doria, Marcio Rivison Silva Cruz, Anna Paula Matos de Jesus, Bianca Correia Cortes