Dados do Trabalho
Título
Tratamento exclusivo de membrana duodenal congênita por dilatação endoscópica: Série de casos
Introdução
A membrana duodenal congênita (MDC) é uma anomalia relativamente rara, caracterizada por obstrução intrínseca. Habitualmente, o manejo terapêutico é cirúrgico e os resultados têm sido satisfatórios. Não obstante, trata-se um procedimento invasivo, sujeito a complicações. Com o aprimoramento dos equipamentos e técnicas endoscópicas, a dilatação por balão foi aplicada para tratar essa condição, visando uma abordagem minimamente invasiva, evitando a manipulação intra-abdominal, além de estar associada a um curto tempo de procedimento, o que provavelmente reduz o estresse cirúrgico e promove a recuperação precoce.
Objetivo
Apresentar uma série de casos de tratamento endoscópico com dilatação por balão em recém-nascidos e lactentes com membrana duodenal congênita.
Método
Análise retrospectiva dos prontuários de pacientes com MDC, que foram submetidos à dilatação endoscópica com balão hidrostático entre novembro de 2013 a novembro de 2020. Os dados coletados incluíram dados demográficos dos pacientes, apresentação clínica, procedimento realizado, duração do procedimento, complicações, necessidade de dilatações adicionais e a evolução clínica após o tratamento. Para cada paciente incluído no estudo foi obtido um termo de consentimento livre e esclarecido.
Resultados
Foram coletados dados de 10 pacientes (6 meninas e 4 meninos). Seis nasceram a termo e 4 prematuros, sendo 5 deles pequenos para idade gestacional. A média do início dos sintomas foi de 3 dias e a idade média no momento do exame endoscópico foi de 69,5 dias. Dos 10 pacientes, 9 foram submetidos à dilatação com balão e um paciente foi excluído do trabalho pela impossibilidade de terapêutica endoscópica. Os diâmetros dos balões dilatadores variaram de 8 a 15 mm. A dilatação alcançou permeabilidade luminal após 1 procedimento em 2 dos casos, 5 pacientes necessitaram de 2 sessões e outros 2 necessitaram de 3 dilatações. O tempo médio do procedimento foi de 30 minutos. Após a intervenção endoscópica foi realizada a radiografia contrastada do trato gastrointestinal superior com meio de contraste à base de iodo. Um paciente, em seu terceiro procedimento, desenvolveu perfuração duodenal e foi submetido à cirurgia, com boa evolução. Durante o período de acompanhamento, todos tiveram boa aceitação alimentar e ganho ponderal. Um paciente foi a óbito em decorrência da cardiopatia prévia.
Conclusões
O tratamento endoscópico se mostrou uma boa opção de tratamento para a MDC, destacando-se como alternativa eficaz, segura e menos invasiva.
Palavras-Chave
"Membrana duodenal congênita", "Terapêutica endoscópica", "Dilatação", "Balão hidrostático".
Área
TCC – Centro de Treinamento - Endoscopia digestiva alta
Autores
Bruna Santos Ribeiro, Anna Fernanda Cazavia Domene, Fábio Marioni, Natan Kenji Watanabe, Wagner Valentino, Osvaldo Massatoshi Araki