XX Semana Brasileira do Aparelho Digestivo

Dados do Trabalho


Título

Rehepatectomia para recorrência de metástases hepáticas de câncer colorretal: análise comparativa dos resultados precoces e tardios

Introdução

A recidiva hepática é frequente após a ressecção de metástases hepáticas de câncer colorretal (MHCCR). Estudos recentes têm demonstrado que as rehepatectomias tem resultados perioperatórios satisfatórios. No entanto, persistem dúvidas quanto aos seus resultados oncológicos e se pacientes com recidiva precoce teriam benefício em ser submetidos à rehepatectomia por recidiva das MHCCR.

Objetivo

O objetivo primário do estudo foi comparar os resultados perioperatórios e tardios de pacientes submetidos à 1ª hepatectomia e rehepatectomia por MHCCR. O objetivo secundário foi comparar os resultados oncológicos de pacientes com recidiva hepática precoce (< 6 meses) e tardia submetidos à rehepatectomia com intenção curativa.

Método

Foram estudados pacientes adultos consecutivos submetidos à ressecção hepática por MHCCR com intenção curativa, entre junho de 2000 e fevereiro de 2020. Os pacientes incluídos foram divididos em dois grupos: pacientes submetidos à 1a hepatectomia e pacientes submetidos à rehepatectomia por recidiva das MHCCR. Análise estatística: as variáveis contínuas foram comparadas utilizando o teste T ou o teste de Mann-Whitney. Para as variáveis categóricas foram utilizados o Teste Exato de Fisher ou Qui-Quadrado. As curvas de sobrevida foram calculadas pelo método de Kaplan-Meier e comparadas por meio do teste de log-rank. O nível de significância utilizado foi de 5%.

Resultados

Foram incluídos 709 pacientes, 649 no grupo 1a hepatectomia e 60 no grupo rehepatectomia. Os pacientes submetidos à rehepatectomia receberam maior número de ciclos de quimioterapia (4 [3-6] vs. 3 [2-4], p=0,003). Os pacientes do grupo 1a hepatectomia foram submetidos mais frequentemente a ressecções hepáticas maiores (34% vs. 16.7%, p=0,004), sendo ressecado maior número de lesões (2,9±3,6 vs. 1,9±1,8, p=0,011). Não houve incremento no tempo operatório, sangramento estimado, tempo de internação e complicações ou mortalidade nos pacientes foram submetidos à rehepatectomia. Não houve diferença com na sobrevida global (p=0,626) e livre de doença (p=0,579) entre os grupos. Da mesma forma, não foi observada diferença na sobrevida global (p=0,999) e livre de doença (p=0,279) entre os pacientes que apresentaram recidiva precoce e tardia após 1a hepatectomia.

Conclusão

A rehepatectomia é exequível e segura, com resultados perioperatórios e tardios semelhantes aos da 1a hepatectomia. O tratamento cirúrgico da recorrência hepática precoce oferece resultados oncológicos semelhantes aos da recidiva tardia.

Palavras-Chave

Câncer Colorretal, Metástase, Hepatectomia, Complicações pós-operatórias, Análise de sobrevida

Área

Cirurgia - Fígado

Autores

Paulo Figueiredo Costa, Fabricio Ferreira Coelho, Vagner Birk Jeismann, Jaime Arthur Pirola Kruger, Gilton Marques Fonseca, Sérgio Carlos Nahas, Paulo Herman