XX Semana Brasileira do Aparelho Digestivo

Dados do Trabalho


Título

Relato De Caso: Síndrome Pós- colecistectomia : Sindrome Do Coto Do Ducto Cístico

Apresentação do Caso

ZMF, 64 anos, mulher, atendida devido dor abdominal em hipocôndrio direito irradiando em faixa para andar superior há 1 ano, com piora há 3 meses, principalmente após alimentar, sem melhora com analgésicos. Relata colecistectomia aberta, com incisão paramediana há 30 anos por colelitíase. Apresentava-se estável hemodinamicamente, anictérica, abdome flácido, doloroso em andar superior a palpação, RHA presentes, Murphy positivo. Realizou colangioressonância magnética (CRM) com ausência de dilatação de vias biliares, hepatocolédoco de calibre normal, sem cálculos, pequena imagem cística no hilo hepático sugestiva de ducto cístico remanescente ectasiado, com imagens sugestivas de cálculos em seu interior de 0,5cm. Optado por laparoscopia exploradora, com várias aderências intestinais e epíplon com parede abdominal sendo convertida para cirurgia aberta com laparotomia paramediana. Identificado ducto cístico residual dilatado e 4 cálculos em seu interior. Realizado a clipagem e secção da estrutura.

Discussão

A síndrome Pós Colecistectomia (SPC) é causada pela persistência de sintomas abdominais após a colecistectomia, em cerca de 10 a 40% dos casos. O início dos sintomas varia de 2 dias a 25 anos e tem como causa principal distúrbios extra biliares. A síndrome do coto de ducto cístico (SCDC) é causa rara de dor pós operatória, pois não tem manifestação clínica, a menos que, esteja associada a granuloma de sutura, cálculos ou tumor. As causas biliares mais comuns de SPC são cirurgia incompleta com vesícula residual em casos complicados ou presença de cálculos residuais. O coto de cístico se deve principalmente à técnica operatória, pois pelo temor em lesar o colédoco ou hepático, opta por seccioná-lo longo. Em alguns casos, com o tempo, o ducto cístico residual dilata, formando cálculos pela estase biliar em seu interior e uma neo-vesícula. A cólica biliar se deve a inflamação do ducto cístico e do espasmo do esfinter de Kirklin. A CRM é padrão ouro para diagnóstico e estratégia cirúrgica, permitido visualizar cálculos, estudo das vias biliares e riscos de complicações intraoperatórias. O tratamento é a reabordagem cirúrgica, desafiadora devido as aderências da colocistectomia prévia, preferencialmente pela via laparoscópica, podendo ser convertida para aberta de acordo com os achados intraoperatorios.

Comentários finais

A SCDC é rara e geralmente quando sintomática e com história de colecistectomia complicada ou subtotal prévia deve-se considera-la como diagnóstico diferencial da SPC.

Palavras-Chave

vesícula biliar residual, sindrome pos colecistectomia, coto cistico

Área

Gastroenterologia - Pâncreas e Vias Biliares

Autores

paula braga nunes, carla cintia ferreira , erly fernando ferreira dantas , tiago cunha de castro , rodrigo vilar martins, elkin ebret charris silva , paulo de tarso vas de oliveira , samuel flores santos