Dados do Trabalho

Título

Efeitos do de balão intragástrico (BIG) na doença hepática gordurosa associada à disfunção metabólica (MAFLD): uma revisão sistemática e meta-análise

Introdução

A doença hepática gordurosa associada à disfunção metabólica (MAFLD) é uma nova definição para a doença hepática gordurosa não alcoólica e corresponde ao acúmulo de gordura no fígado causado pela desregulação metabólica. Estima-se que a condição afete um quarto da população mundial adulta e será a principal causa de transplante de fígado em 2030. Infelizmente, nenhuma terapia farmacológica ainda demonstrou eficácia em seu tratamento. A endoscopia bariátrica, por meio de seus diversos dispositivos, auxilia no tratamento da obesidade e de suas complicações. Dessa forma, o balão intragástrico mostra-se uma terapia eficaz e segura no enfrentamento dessa doença e suas indicações têm aumentado.

Objetivo

Avaliar o efeito do balão intragástrico (BIG) em pacientes com MAFLD através de enzimas hepáticas, imagem e parâmetros metabólicos.

Método

Uma busca abrangente foi feita em múltiplas bases de dados eletrônicas (MEDLINE, Embase, LILACS, Cochrane e Google Scholar) e literatura cinzenta desde seu início até fevereiro de 2021. Os critérios de inclusão envolveram pacientes com índice de massa corporal (IMC)> 25 kg / m2 com evidência ou diagnóstico prévio de esteatose hepática. Os resultados analisados ​​antes e após 6 meses da introdução do BIG foram alanina aminotransferase / ALT (IU / L), gama-glutamiltransferase / GGT (IU / L), hemoglobina glicosilada / HbA1c (%), triglicerídeos (mg / dL), pressão arterial sistólica (mmHg), avaliação do modelo homeostático (HOMA-IR), circunferência abdominal (cm), IMC (kg / m2) e volume do fígado (cm3).

Resultados

Dez estudos de coorte retrospectivos avaliando um total de 508 pacientes foram incluídos. Após 6 meses de colocação de BIG, isso reduziu significativamente a ALT (MD: 10,2, 95% IC [8,12, 12,3]), GGT (MD: 9,41, 95% IC [6,94, 11,88]), HbA1c (MD: 0,17%, 95 % IC [0,03, 0,31]), triglicerídeos (MD: 38,58, 95% IC [26,65, 50,51]), pressão sistólica (MD: 7,27 95% IC [4,79, 9,76]), HOMA-IR (MD: 2,23% 95 % IC [1,41, 3,04]), circunferência abdominal (MD: 12,12, 95% IC [9,82, 14,41]) e IMC (MD: 5,07, 95% IC [4,21,5,94]). A redução média do volume do fígado foi de 303 cm3 (IC95% -56,6; 663,15; p = 0,1) após seis meses de uso do BIG, mas sem significância estatística.

Conclusões

O BIG reduziu as enzimas hepáticas em pacientes com MAFLD, independentemente da redução de peso, bem como melhorou os parâmetros metabólicos relacionados à progressão da doença.