XX Semana Brasileira do Aparelho Digestivo

Dados do Trabalho


Título

RESSECÇÃO ENDOSCÓPICA DA MUCOSA UNDERWATER PARA RECORRÊNCIA APÓS RESSECÇÃO PRÉVIA DE PÓLIPO COLORRETAL (COM VÍDEO)

Resumo

•Caso clínico:
Mulher, 73 anos, com história de ressecção de lesão de crescimento lateral(LST) de ceco de 25mm, pela técnica de mucosectomia em piecemeal(PEMR) há 2 anos, vem para realização de colonoscopia ambulatorial. Ao exame, foi identificada junto ao óstio apendicular, cicatriz decorrente de ressecção endoscópica prévia, sobre a qual havia lesão plano-elevada de 16mm, indicando recidiva local. Efetuada ressecção da lesão em monobloco pela técnica de mucosectomia underwater(UEMR). O AP foi de adenoma túbulo-viloso com displasia de baixo grau. Até o momento não há colonoscopia de controle.
•Discussão:
Grandes lesões colorretais podem ser removidas endoscopicamente se o risco de câncer invasivo for baixo e se o seu tamanho e localização favorecerem a ressecção com baixo risco de complicações. As lesões devem ser idealmente removidas em bloco pela técnica de mucosectomia(EMR) ou através da dissecção endoscópica da submucosa(ESD). Apesar da ESD apresentar maiores taxas de ressecção em bloco e menores taxas de recorrência, a EMR/PEMR permanecem sendo as modalidades mais populares para o tratamento das LSTs colorretais, especialmente no ocidente, onde a experiência em ESD não está amplamente disponível. No entanto, a PEMR está associada a um risco de recorrência de até 50%, provavelmente devido a áreas microscópicas de tumor residual nas margens da peça ressecada.
O tratamento da recorrência após PEMR é tecnicamente desafiador. A fibrose que se desenvolve no local da ressecção, prejudica a elevação da lesão por injeção submucosa(SM), dificultando a ressecção por EMR. ESD também é difícil de realizar neste cenário, uma vez que a fibrose da SM torna difícil separar a lesão do músculo subjacente, levando a aumento nos riscos de fragmentação da amostra e de perfuração.
UEMR é uma técnica nova para ressecção de lesões colorretais, que dispensa a necessidade de injeção SM. A técnica consiste na eliminação do ar do cólon e substituição por água ou solução salina estéril. As dobras da mucosa e da SM tendem a se separar da muscular própria por um efeito de flutuabilidade, facilitando a apreensão da lesão pela alça de polipectomia. UEMR parece oferecer benefícios significativos em comparação com a EMR convencional dessas lesões difíceis, com altas taxas de ressecção em bloco e menores taxas de recorrência.
•Considerações Finais:
UEMR pode ser uma técnica útil e viável para o tratamento da recorrência após ressecção endoscópica prévia de pólipos colorretais.

Palavras-Chave

Pólipos do cólon; Neoplasia residual; UEMR; Ressecção endoscópica underwater.

Área

Endoscopia - Colonoscopia

Autores

Fellipe Cicuto Ferreira Rocha, Mauro Mendes Picolo, Júlia Mayumi Gregório, Lucas Giovinazzo Castanho Barros, Lucas Zouain Figueiredo, Leonardo de Souza Fonseca, Ana Paula Samy Tanaka Kotinda, LILA GRAZIELLA BICALHO LOPES, RENZO FEITOZA RUIZ, CLARISSA SANTOS SOUZA, Renan Ribeiro Ribeiro, PAULO ROBERTO ARRUDA ALVES