XX Semana Brasileira do Aparelho Digestivo

Dados do Trabalho


Título

Tratamento da litíase complexa da via biliar principal: comparação entre esfincterotomia endoscópica e anastomose biliodigestiva

Introdução

Dentre os pacientes com litíase da via biliar principal cerca de 15% possuem a forma de apresentação complexa e o tratamento depende dos recursos técnicos disponíveis e das preferências dos especialistas.

Objetivo

Comparar a efetividade imediata e sustentada para tratamento da litíase complexa da via biliar principal (LCVB), mediante emprego da esfincterotomia endoscópica e da anastomose biliodigestiva.

Método

Estudo retrospectivo, mediante análise de prontuários de pacientes submetidos ao tratamento da LCVB (via biliar com diâmetro maior ou igual a 1,5cm, podendo conter cálculos maiores ou iguais a 1,5cm e/ou cálculos múltiplos e/ou desproporção na via biliar), em hospital terciário e de ensino através da litotomia endoscópica ou de anastomose biliodigestiva, no período de 2004 a 2017. As informações coletadas foram agrupadas em epidemiológicas, clínicas, recursos empregados, número de procedimentos, intervenção terapêutica, tempo de internação e desfechos.

Resultados

Dentre 2058 prontuários selecionados, 849 foram avaliados até o momento resultando em 199 com diagnóstico de coledocolitíase dos quais 80 foram identificados com litíase complexa e alocados em dois grupos de acordo com o tratamento: Grupo esfincterotomia endoscópica (EE) (68 pacientes) e grupo derivação biliodigestiva (DBD) (12 pacientes). A maioria dos pacientes era do sexo feminino (68,95%), da cor branca (78,7%), e o principal sintoma foi a colestase (66%). A idade, em média, foi maior no EE (63,6 anos vs 56,8 anos). A maioria dos pacientes (62%) apresentou o diâmetro da via biliar principal entre 1,5-2,0 cm e múltiplos cálculos, entretanto observou-se cálculos de maior tamanho (1,66cm vs 1,45cm) e via biliar mais dilatada (2,17 cm vs 1,8 cm) nos pacientes do grupo DBD. A mortalidade (13,2% vs 8,3%) foi maior no grupo EE, e não foram observadas recidivas ou falhas no clareamento da via biliar até o momento. Houve maior incidência de complicações gerais no grupo DBD (7,8%vs 4,4%), apesar da semelhança das taxas de complicações específicas (18% vs 17,6%) e elevada taxa de internações por mais de 24h (85%) após a EE.

Conclusões

A análise preliminar mostra que os tratamentos foram igualmente eficazes para o clareamento da via biliar, com taxas semelhantes de complicações e a mortalidade mais elevada após tratamento endoscópico pode estar associada à pior condição clínica dos pacientes selecionados para este método.

Palavras-Chave

Litíase biliar, Coledocolitiase, litiase complexa da via biliar principal, colangiopancreatografia endoscópica retrograda, derivação biliodigestiva, laparoscopia, laparotomia, recorrência de coledocolitíase, complicações pós-operatórias.

Área

TCC – Centro de Treinamento - Colangiopancreatografia endoscópica retrógrada

Autores

LUCAS TOBIAS ALMEIDA QUEIROZ, JEAN CLEVER BIDO CESÁRIO, YURI ZAMBAN VIEIRA, VITOR OTTOBONI BRUNALDI, Ajith Kumar Sankarankutty, JOSÉ SEBASTIÃO DOS SANTOS, RAFAEL KEMP