XX Semana Brasileira do Aparelho Digestivo

Dados do Trabalho


Título

Perfil clínico-epidemiológico dos pacientes com varizes gástricas submetidos a cianoacrilato em um hospital terciário de São Paulo

Introdução

Varizes gástricas apresentam menor prevalência em relação às varizes esofágicas, porém, estão presentes em até 33% dos pacientes com hipertensão portal. São divididas pela classificação de Sarin em varizes esofagogástricas (GOV 1 e GOV2) e varizes gástricas (IGV-1 e IGV-2). Sangramento costuma ser menos frequente, com incidência de cerca de 25% em 2 anos, porém, apresenta maior gravidade comparativamente às varizes esofágicas, e o cianoacrilato representa a principal técnica de hemostasia.

Objetivo

Descrever o perfil clínico-epidemiológico dos pacientes submetidos a obliteração com cianoacrilato em varizes gástricas e analisar taxa de ressangramento em 3 meses e mortalidade em 6 meses/1 ano.

Método

Estudo observacional retrospectivo, com seleção de pacientes portadores de varizes gástricas submetidos a obliteração com cianoacrilato durante exame de endoscopia digestiva alta (EDA) no Hospital das Clínicas de Botucatu/SP de 2005 a 2021.

Resultados

Foram analisados 87 pacientes submetidos a EDA que utilizaram cianoacrilato. Destas terapêuticas, 77% foram em pacientes com hemorragia digestiva alta (HDA), sendo a GOV2 a mais prevalente, seguida da IGV1 e GOV1. A maioria dos pacientes era do sexo masculino (64,4%), raça branca (85%) e ≥ 55 anos no momento do diagnóstico. Cirrose Hepática por álcool e hepatite C foram as etiologias mais frequentes (respectivamente 29,9% e 23%). Escala de Child-Pugh também foi avaliada, com prevalência de Child B (38 pacientes). Dos 87 pacientes, 72 deles (82,8%) foram submetidos a apenas uma sessão de cianoacrilato e do total de pacientes, 19,5% utilizavam beta bloqueador antes do exame. Em relação à mortalidade, 54,3% foram a óbito em até 1 ano pós terapêutica (47,3% por HDA) e 15% do total de pacientes apresentaram ressangramento em 3 meses. Houve predominância tanto na mortalidade em 1 ano quanto no ressangramento em 3 meses de pacientes Child B e ≥ 55 anos.

Conclusões

Em conformidade com a literatura, nosso estudo evidencia maior prevalência de GOV2 e IGV1, responsáveis pela maioria dos casos de sangramento e mortalidade em até 1 ano pós terapêutica, assim como maiores taxas de ressangramento em pacientes mais velhos e com maior gravidade de disfunção hepática (Child B).

Palavras-Chave

Cianoacrilato; Hemorragia; Varizes gástricas; Endoscopia; Epidemiologia

Área

TCC – Centro de Treinamento - Endoscopia digestiva alta

Autores

Thais Gagno Grillo, Giovanni Faria Silva, Cássio Vieira Oliveira