XX Semana Brasileira do Aparelho Digestivo

Dados do Trabalho


Título

Insuficiência hepática aguda: série de casos em um centro de transplante hepático do estado de Pernambuco

Introdução

Insuficiência hepática aguda (IHA) grave é o desenvolvimento súbito e progressivo de icterícia, coagulopatia e encefalopatia em pacientes sem doença hepática crônica prévia. Geralmente são adultos entre 35 - 45 anos, do sexo feminino. Devido à sucessiva e rápida destruição hepatocelular, a mortalidade pode chegar a 80% dos casos. O tratamento mais eficaz e que de fato modifica o desfecho da doença é o transplante (TX) de fígado.

Objetivo

Avaliar perfil clínico-epidemiológico de pacientes cujo diagnóstico foi IHA, admitidos em centro de referência em TX hepático no estado de Pernambuco e o seu desfecho.

Método

Trata-se de um estudo transversal, onde foram coletados dados de prontuários de pacientes admitidos e listados com priorização em fila de transplante devido ao diagnóstico de IHA em um centro de referência do estado de Pernambuco, no período de janeiro/2014 a julho/2021.

Resultados

Foram avaliados 23 pacientes do quais 17 (73%) eram do sexo feminino. A média de idade foi 38 anos. O tipo sanguíneo O foi o mais prevalente (56%). As etiologias mais frequentes foram criptogênica, hepatite autoimune e hepatite B (56%, 21% e 17% dos casos, respectivamente). Do total, 11 (48%) foram transplantados e 2 (9%) recuperaram a função hepática sem necessidade do TX, entretanto uma delas evoluiu para óbito por choque séptico. Dez (43%) faleceram na espera por um enxerto. Dos transplantados, 7 (63%) foram a óbito. A mortalidade geral da casuística foi de 74%. O tempo médio entre a listagem e a realização do TX foi de 3 dias; o intervalo entre listagem e óbito foi de 10 dias e entre a realização do TX e óbito, foi de 13 dias.

Conclusão

Nesta casuística, a maior parte dos pacientes com IHA era do sexo feminino, jovens, corroborando o que diz a literatura. A identificação da etiologia da lesão hepática não foi possível na maioria da amostra, já que muitos pacientes foram a óbito sem que fosse realizado estudo anatomopatológico. A alta taxa de mortalidade observada nesta série de casos é compatível com as estatísticas mundiais, reitera a gravidade da IHA e reforça a necessidade de agilidade entre o diagnóstico e a oferta da terapêutica adequada.

Palavras-Chave

Insuficiência hepática aguda; transplante de fígado

Área

Gastroenterologia - Fígado

Autores

ANA KARLA LOPES RODRIGUES, CRISTIANE TIBURTINO DE OLIVEIRA GOMES, Karina Kelly Mendes Negromonte, Isabella Ramos de Oliveira Liberato, Isabela Farias Wanderley