Dados do Trabalho
Título
Tratamento endoscópico à vácuo de fístula e prótese esofágica após cirurgia bariátrica
Resumo
A terapia com vácuo endoscópico é uma opção para tratamento de fístulas pós-operatórias. Este caso relata o manejo da fístula esofagojejunal e o tratamento da estenose da anastomose.
Paciente feminina, 50 anos, apresentou deiscência na linha de grampeamento de sleeve gástrico (26/01/21), sendo corrigida com gastrectomia total e esplenectomia após 4 dias. No pós-operatório paciente apresentou sepse devido peritonite generalizada, sendo diagnosticada deiscência de anastomose esofagojejunal.
Após 10 dias, com a estabilização clínica, a paciente realizou endoscopia evidenciando deiscência de 75% da anastomose. Após aspiração de 800ml de secreção purulenta na cavidade peritoneal e lavagem, foi optado realizar terapia endoscópica à vácuo confeccionada com sonda nasogástrica durante 2 meses, com troca de sondas semanais.
Após esse período foi modificada a técnica de drenagem e durante 1 mês foi associado duplo pigtail, um livre na cavidade peritoneal, outro intraluminal, com o objetivo de acelerar o processo de aproximação da deiscência esofagojejunal e diminuir a cavidade peritoneal.
Paciente evoluiu com estenose cicatricial de esôfago distal, ao nível da anastomose esôfago jejunal, que impedia a passagem do aparelho convencional de 9,8mm de diâmetro. Foram necessárias 5 sessões de dilatação semanais com aumento progressivo do calibre das sondas termoplásticas, evoluindo até 14 mm.
Após melhora da estenose, para evitar reestenose da anastomose, realizou-se a passagem de prótese metálica autoexpansível totalmente recoberta fixada com sutura endoscópica, associada a 4 sessões semanais de injeção de corticoide na área da estenose.
Completando 7 semanas da prótese esofágica, realizada secção do fio de sutura com plasma de argônio, seguida de retirada da mesma, sem dificuldades. Observou-se a manutenção de pequeno recesso no local onde inicialmente havia a exposição da cavidade peritoneal. Realizado estudo contrastado, evidenciando-se recesso sem extravazamento de meio de contraste.
Após 6 meses de múltiplas abordagens endoscópicas, paciente apresenta-se assintomática, com boa aceitação da dieta oral, com perda de cerca de 30 Kg, pesando atualmente 70 Kg. Este caso relatado é importante para demonstrar o manejo endoscópico como ótima opção no tratamento de fístula pós-bariátrica e de estenose de anastomose, por ser um método pouco invasivo, que evita a abordagem cirúrgica em um abdome com aderências de cirurgias prévias e em uma paciente com grave estado geral em sepse.
Palavras-Chave
fístula, sleeve, gastrectomia, deiscência de anastomose, terapia endoscópica à vácuo, estenose de anastomose, prótese metálica
Área
Endoscopia - Endoscopia digestiva alta
Autores
ERIKA YUKI YVAMOTO, DIOGO TURIANI HOURNEAUX DE MOURA, GABRIEL MAYO VIEIRA DE SOUZA, VICTOR LIRA DE OLIVERA, JOÃO GUILHERME RIBEIRO JORDAO SASSO, PEDRO HENRIQUE BORASCHI VIEIRA RIBAS, MATHEUS CANDIDO HEMERLY, EPIFANIO SILVINO DE MONTE JUNIOR, IGOR MENDONCA PROENCA, EDUARDO GUIMARÃES HOURNEAUX DE MOURA