XX Semana Brasileira do Aparelho Digestivo

Dados do Trabalho


Título

Hepatectomia robótica. Relato dos primeiros 50 casos

Introdução

A ressecção hepática minimamente invasiva é uma técnica viável e segura e tem sido usada para tratar vários tipos de neoplasias hepáticas. A cirurgia robótica tem ganho aceitação crescente nos últimos anos, expandindo-se para a ressecção hepática. A abordagem robótica, com seus graus adicionais de liberdade, melhor visualização, estabilidade da plataforma robótica e melhor ergonomia, melhora a destreza do cirurgião durante procedimentos complexos minimamente invasivos. Há um interesse recente na cirurgia robótica do fígado e o número e a complexidade dos procedimentos estão aumentando rapidamente.

Objetivo

O objetivo deste trabalho é relatar a experiência com nossas primeiras cinquenta ressecções hepáticas robóticas.

Método

Trata-se de análise retrospectiva de dados coletados prospectivamente. De maio de 2018 a dezembro de 2020, 50 pacientes consecutivos foram submetidos à ressecção hepática robótica em um único centro. Todos os pacientes com indicação de ressecção hepática minimamente invasiva foram submetidos à hepatectomia robótica. A indicação de técnica minimamente invasiva seguiu as diretrizes práticas baseadas na segunda conferência internacional de consenso laparoscópico hepático.

Resultados

A proporção de ressecções hepáticas robóticas foi de 58,8% de todas as ressecções hepáticas. Trinta mulheres e 20 homens com idade mediana de 61 anos foram submetidos à ressecção hepática robótica. Quarenta e dois pacientes foram operados por doenças malignas. Ressecção hepática maior foi realizada em 16 (32%) pacientes. A abordagem glissoniana intra-hepática foi usada em 28 pacientes para ressecção anatômica. Em dezesseis pacientes, a ressecção hepática robótica foi uma re-hepatectomia. Em dez, a hepatectomia prévia foi aberta e em seis foi por via minimamente invasiva. Ressecção simultânea do cólon foi feita em três pacientes. Um paciente foi convertido para ressecção aberta. Dois pacientes receberam transfusão sanguinea. Quatro (8%) pacientes apresentaram complicações pós-operatórias. Mortalidade em 90 dias foi nula.

Conclusão

O uso do robô permitiu realizar procedimentos progressivamente mais complexos com resultados semelhantes às hepatectomias menos complexas. A plataforma robótica pode permitir que um número maior de cirurgiões realize hepatectomia minimamente invasiva em um maior número de pacientes.

Palavras-Chave

Fígado, Cirurgia Robótica, Hepatectomia

Área

Cirurgia - Fígado

Autores

MARCEL AUTRAN MACHADO, BRUNO HORTENCES MATTOS, MURILLO MACEDO LOBO FILHO, FABIO FERRARI MAKDISSI