XX Semana Brasileira do Aparelho Digestivo

Dados do Trabalho


Título

TRATAMENTO ENDOSCÓPICO DE PERFURAÇÃO TRAUMÁTICA DE ESÔFAGO PROXIMAL.

Apresentação do Caso

Paciente do sexo masculino, 32 anos, vítima de ferimento por arma de fogo em zona 3
cervical com orifício de entrada em região supraclavicular a esquerda e sem orifício de
saída. Palpa-se projétil alojado em região cervical posterior à direita.
Realizado tomografia computadorizada de pescoço e tórax que evidenciaram:
Fratura cominutiva com rastilhos metálicos do 1º arco costal posterior à direita. Artefato
metálico (projétil) em meios planos musculares da parede torácica posterossuperior à
direita. Rastilhos metálicos em meio aos planos mioadiposos da parede torácica
anterossuperior à esquerda, anteriormente a porção distal da clavícula deste lado. Enfisema
de partes moles entremeando os planos do adiposos profundos da região cervical inferior,
estendendo-se para o mediastino. Sinais de pneumomediastino.
Realizado Endoscopia Digestiva Alta pela suspeita de perfuração esofágica.
Nota-se perfuração em parede posterior de esôfago proximal com orifício medindo
aproximadamente 4mm.
Realizado colocação de clipe endoscópico para fechamento de orifício e passagem
endoscópica de sonda nasoenteral para alimentação.
Foi mantido nutrição enteral por 14 dias, onde foi realizado Esofagograma que não
evidenciou extravasamento de contraste. Liberado dieta por via oral com boa evolução e
alta hospitalar.

Discussão


A perfuração esofágica é uma emergência clínica grave, pois os sucos digestivos podem
transbordar pela perfuração, resultando em uma inflamação grave na cavidade peritoneal.
Esse acometimento pode levar à morte por efeitos tóxicos sistêmicos causados pela
infecção supurativa aguda. Em trauma penetrante de esôfago, a endoscopia tem alta
especificidade e sensibilidade de diagnóstico, sem complicações adicionais. O manejo
terapêutico nas perfurações esofágicas objetiva controlar o processo infeccioso, manter o
estado nutricional do paciente e restaurar a integridade do trato digestivo. O cenário ideal de
abordagem endoscópica é quando o diagnóstico ocorre dentro das primeiras 48h, em
ferimentos com diâmetro menor que 1cm e não existe sinais de sepse.
O tratamento endoscópico visa principalmente evitar a contaminação séptica e guiar a
reepitelização da mucosa, através da colocação de clipe esofágico.

Comentários finais

Tendo em vista a gravidade da situação e as possíveis complicações, assim que a
perfuração ocorrer o diagnóstico e os tratamentos oportunos devem ser realizados
imediatamente, sendo o tratamento endoscópico uma boa alternativa terapêutica.

Palavras-Chave

Área

Endoscopia - Endoscopia digestiva alta

Autores

Nathan Uehara Lira, Leonardo Oba, Clovis Kuwahara, Ricardo Papi, Maria Fernanda Galdino Soares Luchetti, Carina Daniele Fava, Isabelle Souza e Silva Kristal, Amanda Luiza do Espirito Santo Pinheiro, Lude Uehara Lira, Enzo Uehara Lira