XX Semana Brasileira do Aparelho Digestivo

Dados do Trabalho


Título

DRENAGEM BILIAR ENDOSCÓPICA - STENT PLÁSTICO vs METÁLICO NA OBSTRUÇÃO BILIAR MALIGNA DISTAL INOPERÁVEL: UMA REVISÃO SISTEMÁTICA E METANÁLISE

Introdução

Os tumores de via biliar são incomuns, porém apresentam cerca de 8000 novos casos de neoplasia intra e extrahepática por ano nos EUA. Devido ao seu diagnóstico tardio, em sua maioria, apresentam mau prognóstico. Dessa forma, a abordagem paliativa por meio da drenagem biliar endoscópica é considerada o tratamento de escolha das obstruções biliares malignas distais (MBDO) irressecáveis e/ou inoperáveis.

Objetivo

Comparar PS versus SEMS em pacientes paliativos com MDBO e avaliar qual deles apresenta maior benefício.

Método

Esta metanálise foi elaborada de acordo com os guidelines do Preferred Reporting Items for Systematic Reviews and Meta-analyses (PRISMA). Foi realizado a pesquisa no Medline (PUBMED), Central Cochrane Library, EMBASE e LILACS, além de realizar pesquisa cinzenta, selecionando apenas ensaios clínicos randomizados (ECR). Os desfechos avaliados foram taxa de disfunção do stent, taxa de reintervenção (variáveis contínuas e dicotômicas), tempo de patência, sobrevida média, eventos adversos (por exemplo colecistite, sangramentos, pancreatite, perfuração e abscesso hepático) e sucesso clínico.

Resultados

Foram selecionados 12 ECR (n=1005 patientes). O grupo dos SEMS foi dividido em três subgrupos, os stent metálicos descobertos (uSEMS), parcialmente/totalmente recobertos (pcSEMS/cSEMS) e o grupo em que não foi especificado o stent utilizado (SEMS not specified). O SEMS teve menor taxa de disfunção que o PS (RD=-0,24, IC95%=-0,33;-0,15, p<0,00001), sendo que na análise dos subgrupos, uSEMS não teve diferença (RD:-0,08, IC95%=-0,56;0,39) e o pcSEMS/cSEMS foi superior(RD:-0,21, IC95%= -0,32; -0,1, p=0,0003). Na taxa de reintervenção, em ambas variáveis dicotômicas e contínuas, o SEMS apresentou menos reintervenção (RD= -0,34, IC 95%=-0,46;-0,22, p<0,00001 e MD=-0,67, IC95%=-0,85; -0,50, p<0,00001, respectivamente). Na análise de tempo de patência, SEMS também apresentou maior tempo tanto na análise global (MD=125,77, IC 95%= 77,5; 174,01, p<0,00001) quanto nos subgrupos. Na análise de sobrevida (MD=-0,63,IC95%=-18,07;19,33), eventos adversos (RD=-0,03, IC95%=-0,10; 0,03) e sucesso clínico (RD=-0,03, IC95%=-0,01; 0,07) não houve diferença estatística.

Conclusões

O uso de SEMS apresenta menos disfunção do stent (apresentando maior tempo de patência), menor taxa de reintervenção e menor taxa de disfunção quando comparado ao uso de PS em pacientes com MBDO. Já em relação ao sucesso clínico, sobrevida e taxa de complicações não houve diferença entre os métodos.

Palavras-Chave

Neoplasia de via biliar; Obstrução biliar maligna distal; Ictéricia; Inoperável; Drenagem biliar endoscópica; Tratamento paliativo; Colangiopancreatografia retrógrada endoscópica; Stent; Revisão sistemática; Metanálise.

Área

TCC – Centro de Treinamento - Colangiopancreatografia endoscópica retrógrada

Autores

MARIA VITÓRIA CURY VIEIRA SCATIMBURGO, IGOR BRAGA RIBEIRO, DIOGO TURIANI HOURNEAUX DE MOURA, VITOR MASSARO TAKAMATSU SAGAE, BRUNO SALOMÃO HIRSCH, MATEUS BOND BOGHOSSIAN, MARCOS EDUARDO LERA DOS SANTOS, TOMAZO ANTONIO PRINCE FRANZINI, THOMAS R MCCARTY, WANDERLEY MARQUES BERNARDO, EDUARDO GUIMARÃES HOURNEAUX DE MOURA