Dados do Trabalho

Título

Cuidados de fim de vida em Oncologia Pediátrica na pandemia de COVID-19: percepções de enfermeiros

Resumo

Introdução: A progressão do câncer e evolução da doença para um desfecho clínico desfavorável é um desafio para os profissionais de enfermagem que atuam em Oncologia Pediátrica. A assistência de enfermagem no fim de vida tem como propósito contribuir para o gerenciamento dos sintomas e do sofrimento físico, emocional, social e espiritual das crianças e adolescentes, bem como acolher a família e promover um cuidado integral de forma a minimizar o sofrimento da perda. Diante do cenário da pandemia de COVID-19 em todo o mundo, novas demandas surgiram para um cuidado digno as crianças e adolescentes com câncer, incluindo aquelas que vivenciam o processo de fim de vida. Objetivo: Elucidar experiências de enfermeiros em prestar cuidados a crianças e adolescentes com câncer em fim de vida durante a pandemia de COVID-19. Método: Estudo quantitativo, do tipo transversal e descritivo. Participaram da pesquisa 21 enfermeiros que cuidaram de crianças e adolescentes com câncer em final de vida durante a pandemia de COVID-19. Os dados foram coletados por meio de um questionário on-line através da técnica “bola de neve”, no segundo semestre de 2021. A pesquisa foi aprovada pelo Comitê de Ética em Pesquisa e todos os aspectos éticos presentes na legislação vigente foram respeitados. Os participantes convidados oficializaram concordância em participar da pesquisa através do termo de consentimento livre e esclarecido. Os dados foram submetidos à análise estatística descritiva. Resultados: A maioria das crianças e adolescentes com câncer morreram em ambiente hospitalar, e as pessoas presentes com maior frequência nas últimas 48 horas de vida foram os familiares (mães e pais). Os principais sintomas vivenciados pelas crianças e adolescentes, na perspectiva dos profissionais foram dor, dispneia e fadiga. A maioria dos profissionais acredita que foram oferecidos cuidados para alívio do sofrimento físico, emocional, social e espiritual das crianças e adolescentes em fim de vida e que as famílias estavam cientes da condição da criança, bem como tiveram oportunidade de ter suas dúvidas sanadas pela equipe. Conclusão: A assistência de enfermagem foi direcionada a todas as esferas do sofrimento. Apesar das restrições impostas pela pandemia e das medidas sanitárias obrigatórias através do isolamento e da restrição de visitas, os pais permaneceram junto aos seus filhos e a comunicação foi oferecida de forma a ampará-los acerca das condições no fim de vida da criança e do adolescente.