Congresso Internacional do GRAACC

Dados do Trabalho


Título

Síndrome Linfoproliferativa Pós Transplante em crianças e adolescentes submetidos aos transplantes hepático e renal: análise epidemiológica, diagnóstica e terapêutica em um centro brasileiro.

Resumo

Introdução: A PTLD é uma doença maligna, causada por proliferação de células linfoides, em pacientes submetidos a tratamento de imunossupressão após transplantes de órgãos. É a neoplasia mais comum entre crianças e adolescentes receptores de transplantes e tem relevância quanto à morbimortalidade. Uma vez que o Brasil é um expoente na realização de cirurgias de transplantes, considera-se fundamental a produção científica acerca da epidemiologia, do quadro clínico, do diagnóstico e do prognóstico da doença no cenário nacional. Objetivo: O atual projeto visa conscientizar os profissionais da saúde quanto aos aspectos da doença, bem como gerar debate e troca de experiências entre os centros especializados em conduzir casos de PTLD, processo fundamental no aumento da qualidade de condução da doença. Metodologia: Foram analisados prontuários de 19 pacientes entre 1 mês aos 18 anos de idade, com diagnóstico de PTLD após transplantes renal e hepático, encaminhados ao nosso centro entre os anos de 1991 a 2019. O estudo foi transversal, de caráter observacional e retrospectivo. A partir dos dados, associou-se à exposição dos pacientes em termos de doença pré-transplante, infecção por EBV, imunossupressão, sítios afetados, tipo histológico, imuno histoquímica, tratamento, rejeição ao enxerto e óbito. Resultados e discussões: idade média ao diagnóstico de 11 anos e 3 meses, prevalência do gênero masculino e transplante renal. Infecção por EBV em 62,5% e CMV 80%. A Imunossupressão usada pós transplante foi principalmente tacrolimus. O tempo entre o transplante e a PTLD foi de 4 anos e a principal apresentação clínica incluiu sintomas B e massas palpáveis. Dois pacientes evoluíram com rejeição de enxerto, 4 necessitaram de 2ª abordagem terapêutica. O subtipo histológico mais comum foi LNH difuso de grandes células B Após 5 anos do diagnóstico de PTLD, 17 dos 19 pacientes estavam vivos, resultando em sobrevida global de 89%. Conclusões: Conclui-se que a PLTD é uma doença que apresenta manifestações clínicas heterogêneas, sendo o EBV e o CMV presentes em alta porcentagem dos pacientes, apesar de não ter sido avaliado a significância estatística. O presente estudo obteve dados consoantes com a literatura atual, revelando dados epidemiológicos relevantes do cenário nacional.

Área

Leucemia e/ou linfoma

Autores

Camila Bianchi Matiuzzi, Flávio Augusto Vercillo Luisi, Maria Teresa Seixas Alves