Congresso Internacional do GRAACC

Dados do Trabalho


Título

Infecção Fúngica numa Unidade de Transplante de Células Tronco Hematopoiéticas (TCTH): Importância do Controle Ambiental

Resumo

A Doença Fúngica Invasiva (DFI) constitui uma importante causa de morbimortalidade em pacientes imunocomprometidos. Para prevenir as DFI nessa população, torna se importante que a unidade de Transplante de Células Tronco Hematopoiéticas (TCTH) seja um ambiente protegido. O controle da unidade de TCTH é realizado periodicamente com monitorização da qualidade do ar, água e infraestrutura objetivando de eliminar fatores de risco para microrganismos com risco patogênico, a exemplo de fungos filamentosos presentes ubiquamente no ambiente e com alto poder de dispersão. Devido à presença de um paciente com Aspergilose pulmonar invasiva provável (API) diagnosticada 14 dias após internação na unidade foi solicitada uma monitorização de ar antes do previsto no cronograma. Descrever resultados das medidas implementadas a partir de um caso de DFI intrahospitalar numa unidade de TCTH. Foi realizada coleta do ar pelo Núcleo de Micologia do Instituto Adolfo Lutz com um equipamento portátil especializado (MAS 100 NT) através do ar coletado e incubado numa placa de cultura. Foram monitorados 11 pontos visando avaliar o crescimento de fungos, sendo 1 do hall de entrada/elevadores e 5 dos leitos de internação (quarto + banheiro). O SCIH realizou a interdição da unidade, inspeção e identificação dos pontos de monitoramento. A coleta do ar da unidade de TCTH é realizada a cada 6 meses e nas análises anteriores não houve aparecimento de fungos patogênicos. Das 11 amostras coletadas, 55% identificou presença de bolores (n=6) e 45% fungos patogênicos (n=5), destes 60% eram dos gêneros Aspergillus sp. e Rhizopus sp. (n=3) e 40% isolaram apenas o gênero Aspergillus sp. (n=2). Tendo em vista os achados, o SCIH realizou medidas para adequação: interdição da unidade até fim das intervenções e nova coleta; correção das fragilidades relativas à higiene, mobiliário e estrutura; adequação da troca de cortinas da unidade visando higienização; limpeza do sistema de ar condicionado e troca dos filtros especiais de água. Após as ações foi realizada nova coleta do ar e os resultados não evidenciaram presença fungos patogênicos, sendo a unidade liberada para uso. Observou-se a importância da monitorização rigorosa das DFI em um ambiente protegido, com ação rápida na procura e eliminação dos possíveis reservatórios de fungos. As ações mostraram-se efetivas na prevenção de DFI, reforçando a necessidade de controle ambiental rigoroso para esses pacientes com imunossupressão severa.

Área

Epidemiologia

Autores

Janaína Joice Martins Sodré, Priscila Costa Pimentel Germano, Adriana Maria Paixão Sousa Silva, Fabianne Altruda Moraes Costa Carlesse