Congresso Internacional do GRAACC

Dados do Trabalho


Título

Tumor Mesenquimal Intracraniano com Fusão EWSR1-CREM – achados de uma entidade rara

Resumo


Introdução: As translocações de cromossomos são alterações caracterizadas por rearranjos que resultam em uma fusão entre genes. Algumas fusões de genes não são específicas para os tipos histológicos do tumor e aparecem em associação com diferentes características clínico-patológicas. Tumores com fusões entre os genes EWSR1-CREM ocorrem de forma extremamente rara em sítios intracranianos.
Descrição de caso: Paciente do sexo feminino, com 17 anos, apresentava quadro de cefaleia, recorrente há 1 ano, progredindo em intensidade e frequência, além de vômito e tontura. A ressonância magnética indicava uma massa expansiva em corno posterior esquerdo do ventrículo lateral, levando a compressão e edema vasogênico na substância branca adjacente. A lesão apresentava limites bem definidos, contornos lobulados e medindo 3,8 x 2,6 x 2,7 cm.
Intervenção: Foi realizada craniotomia parieto-occipital esquerda com ressecção de tumor. No ato operatório, evidenciava-se edema cerebral importante e lesão extensamente vascularizada, com sangramento persistente. A hipótese clínica pré-operatória de Ependimoma Intraventricular estaria desfavorecida devido à morfologia. O padrão morfológico e a expressão de vimentina e desmina indicariam expressão fibroblástica/miofibroblástica. Hibridização in situ por imunofluorescência foi inconclusiva para avaliação de rearranjo envolvendo o gene EWSR1. Entretanto, painel gênico de fusões revelou a presença de fusão EWSR1-CREM, o que levou ao diagnóstico de tumor mesenquimal mixoide intracraniano com fusão FET–CREB. No pós-operatório imediato, a paciente apresentou afasia nominal, alucinação dolorosa e hemiparesia direita. Permaneceu em seguimento demonstrando gradativa melhora destes sintomas. 4 meses após procedimento, a paciente foi reabordada para ressecção de nodulação na porção lateral da cavitação cirúrgica medindo 1,0 cm correspondendo a remanescente tumoral, demonstrando mesma morfologia observada na primeira lesão. Atualmente, a paciente ainda segue em acompanhamento.
Conclusão: Os melhores desfechos encontram-se em relatos com ressecção completa da lesão. Enquanto as possibilidades terapêuticas específicas não surgem, a radioterapia adjuvante, levando em conta a recorrência frequente, permanece como alternativa plausível.

Área

Neuro-oncologia

Autores

Maristela Sacchi Facholi, Bruna Minniti Mançano, Carlos Roberto de Almeida Junior, Lucas Caetano Dias Lourenço, Gustavo Ramos Teixeira, Anna Paula Martins Marques, Muricio Gustavo Ieri Yamanari, Carlos Eduardo Bezerra Cavalcante, Fernanda Magalhães Pereira de Souza, Flávia Escremim de Paula, Rui Manuel Reis