Congresso Internacional do GRAACC

Dados do Trabalho


Título

O TRABALHO SOCIAL COM IMIGRANTES EM TRATAMENTO ONCOLÓGICO PEDIÁTRICO

Resumo

Apresentação do caso: Trata-se de relato de caso oriundo da experiência do Serviço Social no atendimento às famílias de imigrantes com crianças e adolescentes em tratamento oncológico. A intervenção se dá junto à equipe multiprofissional a partir da confirmação do diagnóstico e tem por objetivo compreender o contexto de múltiplas vulnerabilidades identificadas a partir do início do tratamento hospitalar e intensificadas pelo processo migratório. Discussão: O fluxo migratório no Brasil foi impulsionado por questões econômicas, atraindo populações de diferentes países em busca de melhores condições de vida. Isto impõe a este segmento populacional um processo de reorganização frente ao novo cenário encontrado no território brasileiro e agudiza-se frente às demandas exigidas pelo tratamento. Do ponto de vista social, o ingresso em outro país é permeado de desafios, como a adaptação à legislação local, o acesso ao trabalho formal, a vinculação a serviços públicos e a falta de fluxo efetivo de regularização migratória. No tocante ao contexto de diagnósticos onco-hematológicos, as famílias deparam-se com a complexidade dos tratamentos, internações prolongadas, cuidados domiciliares intensos, rede de apoio familiar limitada e rotinas hospitalares. Barreiras linguísticas e culturais dificultam a comunicação efetiva sobre o diagnóstico, identificação de sinais e sintomas e terapêutica proposta, assim como, o frágil acesso e/ou desconhecimento acerca de como dispor de bens e recursos necessários para adequada adesão ao tratamento. Comentários Finais: O fenômeno migratório tensiona o Estado ao direcionamento de políticas públicas e sociais que visam o exercício da cidadania, resguardando os direitos sociais previstos em Constituição e Lei de Migração (Nº 13.445/2017), entretanto, a discussão sobre mobilidade humana ainda mostra-se frágil. Considerando a rede socioassistencial, a articulação com o território ao qual o paciente está inserido é fundamental enquanto forma estratégica de viabilização de direitos, assim como, o trabalho multiprofissional, que visa promover um atendimento integral, observando as singularidades, no que concerne aos aspectos étnicos, culturais, religiosos, dentre outros. Outro aspecto a ser considerado é a efetiva comunicação que propicie o entendimento amplo sobre o quadro clínico, procedimentos, medicações e demais condutas hospitalares, fatores que resultam na proteção social dos sujeitos envolvidos, culminando na qualidade assistencial.

Área

Outros

Autores

Leonardo Souza Rabelo, Alessandra Martins Diogo, Geneviéve Lopes Pedebos