Congresso Internacional do GRAACC

Dados do Trabalho


Título

Avaliação do impacto da Radioterapia adjuvante nos pacientes portadores de Sarcoma de Cabeça e Pescoço submetidos à terapia multimodal: um estudo retrospectivo.

Resumo

INTRODUÇÃO: Sarcomas são tumores malignos raros procedentes de células mesenquimais e caracterizados pelo seu rápido crescimento, comportamento altamente agressivo e infiltrativo e alta taxa de recorrência. O Rabdomiossarcoma (RMS) e Osteossarcoma (OS) são os mais frequentes na região de Cabeça e Pescoço (CP). O RMS apresenta células tumorais provenientes do músculo-esquelético estriado com maior incidência em crianças menores de 14 anos. Os OSs já mostram células procedentes do tecido ósseo e que produzem tecido osteóide aberrante, e com incidência na 3º década de vida. O tratamento baseia-se nas características tumorais, sendo realizada uma abordagem multimodal que inclui a Quimioterapia (QT), a Cirurgia e a Radioterapia (RT) e/ou a combinação destas. OBJETIVO: O presente estudo visa avaliar o impacto da RT adjuvante nos pacientes com diagnóstico de SCP e que foram submetidos à terapia multimodal. METODOs: A partir de uma análise observacional, descritiva e retrospectiva dos prontuários, foram coletados dados demográficos, características tumorais e da terapêutica realizada. Foram conformados 3 grupos: a) os que fizeram cirurgia exclusiva; b) os que fizeram cirurgia, RT e/ou QT; e c) os que fizeram RT e QT exclusiva. Foi realizada a descritiva das características demográficas, dos critérios morfológicos tumorais tais e do subtipo histológico, e da terapêutica realizada com ênfase na RT e o impacto nas taxas de sobrevida. RESULTADOS: Após análise de 39 pacientes, 25 homens (64,1%) e 14 (35,9%) mulheres, sendo que 36,9% tinham entre 19-35 anos ao diagnóstico.  Além disso, 9 (23, 1%) com RMS, 26 (66, 7%) com OS, e 4 (10, 3%) com outros subtipos histológicos. No que diz respeito ao local primário, 24 (61, 5%) foram na mandíbula, 13 (33, 3%) na maxila e 2 (5, 1%) em outras topografias de CP. Foi realizada a cirurgia em 34 pacientes (87,2%), a RT em 14 (35,9%) e a QT em 33 (84,7%). A sobrevida global foi menor em homens do que em mulheres após 3 anos de tratamento, sem diferença estatisticamente significante entre os subtipos histológicos (p: 0.23) e o local (p: 0.73). As taxas de sobrevida livre de doença (SLD) e livre de progressão foi similar para quem fez monoterapia ou terapia multimodal; porém, os que fizeram QT apresentaram uma queda na SLD comparada com os que não a fizeram (p:0.05). CONCLUSÃO: A RT mostrou melhora no controle local nos pacientes tratados por SCP associada ou não à cirurgia, independente do subtipo histológico do tumor primário.

Área

Tumores sólidos

Autores

Eloah Pascuotte Filippetti, Wilber Edison Bernaola-Paredes, Sergio Leonardo Favareto, Carolina Humeres Abrahão, Henrique Perez Carvalho, José Guilherme Vartanian, Clóvis Lopes Pinto, Antônio Cássio Assis Pellizzon