Congresso Internacional do GRAACC

Dados do Trabalho


Título

PERFIL DOS PACIENTES COM NEUTROPENIA FEBRIL DO HOSPITAL DE CÂNCER DE BARRETOS E ANÁLISE DE SUA EVOLUÇÃO CLÍNICA POR CLASSIFICAÇÃO DE RISCO

Resumo

INTRODUÇÃO: As doenças oncológicas pediátricas representam um importante problema de saúde em todo o mundo, sendo o câncer infantil no Brasil a primeira causa de morte por doença em crianças e adolescentes. O progresso da oncologia pediátrica nas últimas décadas trouxe melhor prognostico, contudo, protocolos de tratamento mais agressivos acarretam longos períodos de imunossupressão e maior susceptibilidade aos agentes infecciosos. A neutropenia febril é uma intercorrência comum em pacientes imunossuprimidos, sendo considerada uma emergência médica, que requer pronta avaliação, internação hospitalar, coleta de culturas e administração imediata de antibióticos de amplo espectro. Nos últimos anos, diversas publicações trouxeram diretrizes seguras para o diagnóstico e abordagem da NF. Ênfase tem sido dada à tentativa de identificar os sinais clínicos e laboratoriais que predigam o risco de se desenvolver uma IBI, o que auxiliaria na estratificação de risco dos pacientes e na escolha do melhor tratamento. OBJETIVO: Avaliar os episódios de NF nos pacientes em tratamento quimioterápico e classificá-los em Baixo e Alto risco conforme os critérios estudados por Santolaya et al. correlacionando o risco obtido com o desfecho dos episódios. MÉTODOS: Este é um estudo observacional, transversal, com coleta de dados retrospectiva. A população estudada foram os pacientes com neoplasia maligna de 0 a 18 anos ao diagnóstico que apresentaram NF secundária à quimioterapia, admitidos no CIA entre janeiro a dezembro de 2019. RESULTADOS: Avaliamos 317 episódios de NF em 157 pacientes, com idade média de 8,8 anos. 58,6% dos pacientes tinham diagnóstico de neoplasias hematológicas. 88,6% dos episódios apresentaram sucesso terapêutico. A taxa de mortalidade foi de 1,3%. Apenas 32,8% dos episódios apresentaram foco infeccioso identificado. Foram classificados com episódios de baixo risco 85,2% dos casos estudados. CONCLUSÃO: A maior parte dos episódios avaliados foram classificados como de baixo risco e apresentaram desfecho favorável. As variáveis ​​utilizadas para classificação do risco são simples, de fácil aplicação nos pacientes. Foi evidenciada forte associação entre a classificação de risco e a evolução, o que nos leva a um passo à frente no planejamento de um manejo ambulatorial dos pacientes com NF com baixo risco de IBI no futuro.

Área

Terapia de suporte

Autores

Linave Vieira Campos Rossiter, Seila Israel do Padro, Mário José Aguiar de Paula