Congresso Internacional do GRAACC

Dados do Trabalho


Título

MUTAÇÕES EM BCR-ABL1 E RESISTÊNCIA AO IMATINIBE NA LLA E LMC PEDIÁTRICA

Resumo

A leucemia é um câncer das células sanguíneas caracterizada pela proliferação descontrolada e anormal de células precursores de origem linfóide e mielóide na medula óssea. Neste projeto, estamos estudando a Leucemia Linfoide Aguda (LLA) e Leucemia Mieloide Crônica (LMC) portadoras da translocação t(9;22),resultando na formação do cromossomo Filadélfia, um marcador prognóstico de alto risco para essas leucemias frequentemente associada com altos índices de recidiva. Translocações cromossômicas são alterações genéticas recorrentes nas leucemias agudas. A translocação t(9;22), que resulta na fusão dos genes ABL e BCR, é típica da Leucemia Mieloide Crônica (LMC) e menos frequentemente também da Leucemia Linfoide Aguda (LLA). O ABL1 codifica uma tirosina quinase cuja atividade é altamente regulada. Em contraste, a fusão BCR-ABL1 codifica uma quinase constitutivamente ativa, que altera o controle da proliferação e sobrevivência celular. A proteína Bcr-Abl1 possui importantes domínios de ativação que são alvos de inibidores específicos, como o Imatinibe,droga amplamente utilizada no tratamento da LMC e LLA.Mutações no domínio quinase em Bcr-Abl1 são uma das principais causas do surgimento de resistência ao tratamento com esses inibidores e recaída da doença. O objetivo deste trabalho foi padronizar o método de sequenciamento de nova geração (NGS) e analisar mutações no transcrito BCR-ABL1 em 20 pacientes que apresentaram má resposta ou recaída ao tratamento com Imatinibe.A região correspondente ao domínio quinase foi amplificada por PCR seguido de 6 reações de nested PCR com primers contendo adaptadores para sequenciamento NGS. Os resultados obtidos foram analisados em um pipeline na plataforma Galaxy. Ao contrário do sequenciamento clássico pelo método Sanger, o NGS detectou mutações em clones minoritários e a quantificação da dinâmica dessas mutações ao longo do tratamento. Amostras da recaída dos pacientes apresentaram maior incidência de mutações em BCR-ABL1 do que amostras de pacientes ao diagnostico. Várias das mutações encontradas já estavam descritas na literatura, como a p.E255V,mas possíveis novas mutações observadas ,como p.L298R , se tornaram importantes objetos de estudo. Logo,a técnica de NGS supera o método Sanger na análise de mutações em BCR-ABL1, permitindo a identificação de mutações em clones minoritários ainda na fase de recaída molecular da doença, o que esperamos, permita antecipar a troca do fármaco para evitar a recaída clinica da doença.

Área

Genética/ Terapia de precisão

Autores

Daniella Pimentel Salomão Safe