Dados do Trabalho

Título

INFECÇÃO NOSOCOMIAL DE COVID-19 EM UMA UNIDADE PEDIÁTRICA DE TRANSPLANTE DE CÉLULAS-TRONCO HEMATOPOIÉTICAS.

Resumo

Introdução: Pacientes que realizam transplante de células-tronco hematopoiéticas (TCTH) têm um risco maior para complicações infecciosas devido a mielossupressão dos protocolos de condicionamento, e a imunossupressão utilizada pós transplante com finalidade de evitar rejeição do enxerto e controlar a doença do enxerto contra o hospedeiro. Devido a disseminação do vírus SARS-CoV-2, profissionais da saúde em contato direto com pacientes de TCTH foram diagnosticados com COVID-19 imediatamente após cuidarem destes paciente. Apesar do uso contínuo da máscara facial, o risco real de transmitir a doença para o paciente é desconhecido. Objetivo: Determinar o risco de transmissão de SARS-CoV-2 para pacientes ou familiares quando um profissional da saúde é diagnosticado com a doença, e estabelecer medidas de contenção como isolamento e fechamento da unidade de TCTH para novos pacientes ou não. Método: Estudo observacional retrospectivo da incidência de PCR-RT (reação em cadeia de polimerase em tempo real) para SARS-CoV-2 positivo entre pacientes internados, no momento em que médicos foram diagnosticados com COVID-19 no dia seguinte ao atendimento direto dos pacientes.Todos os pacientes assintomáticos e cuidadores foram rastreados no 3º dia de contato se febris ou com sintomas respiratórios, ou no 5º dia se assintomáticos. Resultados: Durante três períodos diferentes ao longo da pandemia, tivemos médicos que foram diagnosticados com COVID-19 imediatamente após o atendimento dos pacientes de TCTH: 04 a 30 de abril de 2020, 02 a 21 de janeiro de 2022 e 09 a 28 de maio de 2022. Um total de 30 pacientes e seus cuidadores estavam hospitalizados nestes momentos, sendo que 23 deles tiveram contato direto com os profissionais pré-sintomáticos. Dois dos 23 pacientes, e um de seus cuidadores, desenvolveram PCR-RT positivo para SARS-CoV-2, um em cada período de 2022. Este último apresentou sintomas (febre) e não desenvolveu pneumonia ou necessitou de cuidados intensivos. Conclusões: Apesar das rigorosas medidas preventivas da COVID-19, existe uma possibilidade real de disseminação do vírus para pacientes de TCTH por profissionais pré-sintomáticos. O uso contínuo de máscaras N-95 na unidade de TCTH foi reforçado, assim como a adesão às vacinações. Infelizmente, nossa experiência mostra que o isolamento e fechamento da unidade de TCTH é apropriado quando um profissional de saúde cuidando dos pacientes é diagnosticado com COVID-19 evitando surtos maiores e novos casos.

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