Congresso Internacional do GRAACC

Dados do Trabalho


Título

LINFOMA HODGKIN DE CELULARIDADE MISTA EC IIIB PÓS TRANSPLANTE CARDÍACO: RELATO DE CASO

Resumo

Apresentação do caso: GBB, sexo feminino, 5 anos de idade, atendida em um hospital pediátrico de grande porte do Sul do Brasil. Realizou transplante cardíaco em dezembro de 2018, quando tinha 2 anos de idade, por miocardite viral dilatada com fração de ejeção reduzida, estando <12% no dia do procedimento. Fazia uso de ciclosporina 75mg pela manhã e 50mg a noite de terças a sextas e 50mg pela manhã e a noite de sábado a segundas. Pouco mais de 2 anos após o transplante, a criança evoluiu com linfonodos cervicais palpáveis. Exame imunohistoquímico das lesões, associado aos aspectos histopatológicos, foi compatível com infiltrado inflamatório de padrão reacional, sugestivo de tecido de granulação, sendo o perfil histológico relacionado à doença linfoproliferativa associada ao transplante. Exames sequenciais de PET-CT evidenciaram aumento do perfil metabólico de lesões de região cervical e de rinofaringe. Paciente recebeu, então, o diagnóstico de linfoma de hodgkin de celularidade mista EC-IIIB, com evolução de desordens linfoproliferativas pós-transplante com Epstein-Barr +. Foi realizado tratamento conforme protocolo de quimioterapia OEPA, pertencente ao Grupo Brasileiro de Alto Risco. A criança apresentou doença residual mínima negativa e seguiu o tratamento até o fim do protocolo estabelecido. Discussão: A relação entre neoplasia, transplantes e imunossupressão são conhecidas desde 1969, por um estudo de Penn e Cols. Posterior a isso, vários estudos foram realizados e confirmaram o aumento da incidência de neoplasias na população transplantada. A terapia farmacológica imunossupressora que garante um controle efetivo da rejeição aguda do transplante é a responsável pelo aumento da incidência neoplásica. Comentários finais: Este estudo apresenta um caso de Linfoma Hodgkin EC IIIB pós transplante cardíaco que ocorreu em uma criança durante o período de franco desenvolvimento infantil. O estado geral da paciente, adesão ao tratamento e estímulos para a manutenção do desenvolvimento neuropsicomotor mostraram-se satisfatórios. A linguagem e comunicação foi preservada e se avalia como positiva as medidas de promoção à saúde e prevenção dos agravos do tratamento adjuvante considerando a neoplasia.

Área

Enfermagem

Autores

Danielle Pletes dos Santos, Lucas Paulo de Souza, Larissa dos Reis Rocha, Caroline Cezimbra Hoffman, Simone Travi Canabarro, Gisele Pereira de Carvalho